Acusado de matar a própria mãe por herança, jovem irá a júri popular

Bruno Eustáquio Vieira, de 27 anos, enfrentará júri popular sob acusação de assassinar sua mãe, Márcia Lanzane, segundo decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O crime ocorreu em 21 de dezembro de 2020, na residência em que ambos viviam em Guarujá, litoral de São Paulo. Conforme apuração do Ministério Público, o homicídio teria sido motivado por interesse na herança da vítima. Bruno foi preso preventivamente após permanecer foragido por três anos.

Imagens de câmeras de segurança, encontradas dentro do forno da casa pela polícia, mostraram uma luta corporal entre mãe e filho, na qual Bruno aparece imobilizando a mãe, apertando seu pescoço e desferindo socos. A gravação foi uma das principais evidências utilizadas na investigação.

A defesa de Bruno, representada pelo advogado Anderson Real, confirmou a briga entre mãe e filho, mas contestou a acusação de que a morte ocorreu no momento da agressão. Segundo o advogado, o jovem afirmou ter descoberto o falecimento da mãe apenas na manhã seguinte ao conflito. O defensor também argumentou que a briga começou devido ao desejo de Bruno de sair de casa para viver com a namorada, após se formar em Direito e passar em um vestibular para Medicina.

Anderson Real também questionou o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que constatou uma fratura no osso hioide da vítima. O advogado alegou que, apesar da fragilidade do osso, a fratura não necessariamente indicaria que a morte foi causada por esganadura.

A defesa ainda tenta afastar a acusação de feminicídio, argumentando que o crime não foi motivado pelo fato de a vítima ser mulher, mas sim por uma discussão familiar que terminou de forma trágica.

A acusação, representada pelo advogado Caio Fernando, destacou a busca incessante por justiça por parte das irmãs de Márcia. Mesmo com poucos recursos, elas acompanharam de perto o caso e contribuíram ativamente para a prisão de Bruno, ocorrida em Belo Horizonte após uma investigação independente realizada por elas.

As irmãs da vítima rastrearam o paradeiro do sobrinho após verem publicações da namorada dele no TikTok, que indicavam que o casal estava em Belo Horizonte. Com a ajuda de comerciantes locais, descobriram o endereço onde Bruno se escondia. Elas então acionaram a polícia, que realizou a prisão.

Minervina Lanzane de Quadra, tia de Bruno, celebrou a prisão nas redes sociais, expressando alívio e satisfação por ter contribuído para a captura do sobrinho. As irmãs de Márcia esperam que a justiça seja feita e que Bruno receba a pena máxima.

O caso foi investigado pela Delegacia Sede de Guarujá, e o inquérito policial foi concluído em maio de 2021, com o indiciamento de Bruno. O TJ-SP manteve a decisão de primeiro grau de que ele deve ser julgado pelo tribunal do júri, negando a possibilidade de responder em liberdade.

A defesa de Bruno alega contradições no laudo necroscópico e falta de comprovação sobre a motivação do crime, sustentando que não há elementos suficientes para um julgamento por feminicídio. Contudo, o tribunal rejeitou os argumentos da defesa e determinou que Bruno seja levado a julgamento.

The post Acusado de matar a própria mãe por herança, jovem irá a júri popular appeared first on Ver-o-Fato.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.