Banco Central eleva a Selic para 13,25% e indústria brasileira critica alta: ‘Morte anunciada’

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou, na primeira reunião de 2025 realizada nesta quarta-feira (25), que o ano começará com a taxa Selic a 13,25%, aumento de 1 p.p. (ponto percentual) em relação ao fim de 2024, e sinalizou que os aumentos seguirão nos próximos encontros. De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), os juros altos representam “a crônica de uma morte anunciada”.

O ano de 2025 no Brasil começa com a taxa Selic a 13,25%, anunciou o Copom do Banco Central - Foto: Freepik/ND

O ano de 2025 no Brasil começa com a taxa Selic a 13,25%, anunciou o Copom do Banco Central – Foto: Freepik/ND

O que é e para que serve a taxa Selic?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e funciona como o principal mecanismo de política monetária para controle de inflação utilizado pelo Banco Central do Brasil. Ela serve como referência para todas as demais taxas de juros do país (empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e outras aplicações financeiras).

Com a taxa Selic baixa, as aplicações financeiras no país aumentam e, consequentemente, a inflação sobe. Quando a taxa básica de juros está elevada, a tendência é que menos dinheiro seja aplicado na economia, segurando o aumento da inflação.

Com os preços em alta no país, um dos objetivos Banco Central é conter a crescente desvalorização do Real em 2025 e, consequentemente, a tendência é que a taxa Selic siga sendo elevada. No último ano, a inflação fechou em 4,83% – 0,33% acima da meta, que era de 4,5%.

O principal objetivo da taxa Selic é realizar o controle da inflação - Foto: Freepik/ND

O principal objetivo da taxa Selic é realizar o controle da inflação – Foto: Freepik/ND

Indústria brasileira critica tendência de aumentos da taxa Selic

Em nota, a CNI aponta que a continuidade da alta dos juros “desconsideraria os esforços em curso na política fiscal e na atividade econômica” e que “traria efeitos negativos sobre a criação de emprego e renda”.

Apesar de elogiar o pacote de corte de gastos proposto pelo Governo Lula e aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro de 2024, os industriais entendem que o ano terminou com a inflação acima da média devido à influência de “uma reação exagerada a respeito da qualidade do pacote fiscal do governo federal”, sendo desnecessário continuar aumentando a Selic para conter a desvalorização da moeda brasileira.

Para representantes da indústria, a continuidade da alta nas taxas de juros irá impactar negativamente os investimento e a geração de empregos no setor - Foto: Ricardo Wolffenbuttel/SECOM/ND

Para representantes da indústria, a continuidade da alta nas taxas de juros irá impactar negativamente os investimento e a geração de empregos no setor – Foto: Ricardo Wolffenbuttel/SECOM/ND

Por fim, os industriais defendem que os empresários “precisam investir na compra de máquinas e equipamentos” e “contratar capital de giro para fazer frente às necessidades financeiras do dia a dia”. Nesse contexto, a CNI aponta que o custo do crédito encarece com a subida da Selic e impede a execução de diversos projetos, fazendo com que o Brasil “desperdice uma série de oportunidades”.

Ibovespa apresentou queda e dólar recuou a R$ 5,86 à espera do anúncio da nova taxa Selic

O mais importante indicador do desempenho das ações negociadas na bolsa de valores do Brasil, o Ibovespa teve uma queda de 0,5% antes do anúncio do Copom. Tradicionalmente, o Banco Central divulga suas decisões somente após o fechamento dos mercados.

O dólar comercial, usado em negociações internacionais e operações financeiras, fechou esta quarta-feira (25) em R$ 5,86 tanto para compra quanto para venda. Pela manhã, o valor estava em R$ 5,90, mas recuou ao longo do dia conforme a expectativa pelo anúncio do Banco Central aumentava.

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