Leandro Hassum revela choque ao descobrir que seu pai era da máfia italiana: ‘Mudou minha vida’

O ator e comediante Leandro Hassum detalhou a história de sua família em entrevista ao podcast “Tantos Tempos” e como foi descobrir que seu pai, Carlos Alberto da Costa Moreira, era um traficante internacional da máfia italiana.

Leandro Hassum com os pais – Foto: Reprodução/ND

Hassum tinha 21 anos quando o pai foi preso. Antes disso, ele o tinha como herói e exemplo a ser seguido, por isso teve muita dificuldade em assimilar a situação.

“Eu vivi uma família margarina, dormi rico e acordei sem um centavo. [Ele era] um cara maravilhoso, um pai incrível. Quando tudo isso aconteceu foi: minha vida até os 21 anos foi uma mentira?”, refletiu.

O ator foi visitar o pai na cadeia, onde Carlos permaneceu por 11 anos, e o confrontou. “Cheguei a falar para o meu pai: ‘você destruiu a minha vida’”, disse Leandro.

Apesar dos crimes, Leandro Hassum disse que perdoou o pai depois de algum tempo e os dois mantiveram uma boa relação. Carlos Alberto faleceu em 2014, após sair da prisão.

“Deve ter sido muito difícil pra esse cara também. Eu não estou perdoando o que ele fez nessa área penal, hoje não tenho mais pena do meu pai ter cumprido pena. Mas ele me ensinou o homem que eu não queria ser. Ele me ensinou até no erro”, relatou.

Leandro Hassum no podcast “Tantos Tempos” – Foto: Tantos Tempos/Reprodução/ND

Leandro Hassum “faliu” após prisão do pai

Além do trauma emocional que enfrentou, o ator sofreu uma mudança drástica nos padrões de vida. Hassum revelou que vendeu salgadinhos para conseguir continuar o curso de teatro e sustentar a família.

“Eu dividia um miojo com a minha mulher para poder comprar fralda. Nunca faltou nada para minha filha, mas me doía muito”, pontuou.

Ainda no início da carreira, Leandro Hassum ganhou o Prêmio Shell de Teatro como melhor ator, mas tinha dinheiro apenas para a viagem de ida até o evento.

“Voltei andando pela [avenida] Rio Branco, escondendo o prêmio com medo de ser roubado, pra poder voltar de barca para casa. Então, me lembro do pensamento: ‘fui considerado o melhor ator do Rio de Janeiro, um dos prêmios mais importantes, e não tenho dinheiro pra pegar um táxi?!’”, lembrou.