Dólar tem 9ª queda seguida, a R$ 5,85. Bolsa dispara com juros e Lula

O dólar fechou em leve queda nesta quinta-feira (30/1), registrando a nona redução seguida frente ao real. A moeda americana terminou a sessão em baixa de 0,24%, a R$ 5,85, uma contação que, na prática, representa estabilidade. A Bolsa brasileira (B3), por sua vez, operava em forte alta por volta das 17 horas, com elevação de 2,76%, aos 126.833 pontos.

Na avaliação de analistas, diversos fatores contribuíram tanto para o razoável desempenho do real como para o salto da Bolsa. Nessa lista, consta, por exemplo, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na quarta-feira (29/1). O órgão confirmou – seguindo indicação feita em dezembro – o aumento de um ponto percentual da taxa básica de juros, agora fixada em 13,25% ao ano.

“O Copom também anunciou que pode promover mais uma alta na mesma proporção em março, como já havia previsto no fim de 2024”, diz Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital. “Isso ajudou a animar o mercado.”

Belitardo acrescenta que dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quinta mostraram uma queda do ritmo de criação de empregos formais no Brasil. Essa não é uma boa nova para os trabalhadores, mas representa um sinal de que a atividade econômica pode estar desaquecendo no país. Se confirmada essa hipótese, a tendência é de que a inflação perca força.

Entrevista de Lula

Além disso, os analistas também interpretaram como positivas as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista coletiva nesta quinta-feira. Ele, por exemplo, apoiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depois de críticas feitas contra o líder da área econômica do governo pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Lula poupou o presidente do BC por ele indicado, Gabriel Galípolo, depois do aumento de um ponto percentual da Selic por parte do Copom. O presidente também afirmou que seu governo agirá com responsabilidade fiscal.

Forte oscilação

Emerson Vieira Junior, da Convexa Investimentos, observa, por fim, que a moeda americana oscilou bastante nesta quinta-feira, mas tal movimento já era esperado e deve se repetir nesta sexta-feira (31/1). Isso porque, nos últimos dias do mês, o mercado de câmbio trava o que os analistas chamam de a “guerra da Ptax”.

A Ptax é uma média do preço do dólar em relação ao real, calculada pelo Banco Central. Ela serve de referência para contratos de câmbio. No fim do mês, empresas e investidores tentam influenciar o preço da moeda americana para que a média lhes seja favorável. Com isso, esses grupos vendem ou compram grandes quantidades de dólar para puxar o preço para cima ou para baixo, afetando a média final.

Bolsa em alta

A Bolsa brasileira (B3), observa análise da Ativa Investimentos, também se favoreceu da queda registrada nos juros futuros mais longos no Brasil. A alta do Ibovespa, o principal índice da B3, foi puxada ainda pelo desempenho de ações como as da Vale, que chegaram a subir quase 5%, e da Petrobras, com elevação de 1,90%. Os dois papéis tem forte peso na composição do indicador.

 

 

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