Motorista que devolveu R$ 131 milhões processa banco e pede recompensa de 10% do valor

O motorista Antônio Pereira do Nascimento, que ganhou notoriedade após receber indevidamente quase R$ 132 milhões em sua conta bancária e devolver a quantia, está processando a instituição responsável pelo erro. Ele reivindica uma recompensa de 10% do montante, equivalente a R$ 13.187.022,00, além de uma indenização por danos morais no valor de R$ 150 mil. A audiência de conciliação foi marcada para o dia 18 de fevereiro.

O incidente ocorreu em junho de 2023, quando Antônio, correntista do Bradesco há 25 anos, percebeu que sua conta havia recebido a transferência milionária. Demonstrando honestidade, ele notificou imediatamente o banco sobre o erro e se prontificou a devolver a quantia. No entanto, mesmo após a resolução do problema, o motorista enfrenta consequências emocionais e financeiras.

Segundo a defesa de Antônio, o banco teria exercido forte pressão psicológica sobre ele para a devolução do dinheiro, mesmo ele já tendo se comprometido a fazê-lo. “[…] Imediatamente, comunicou o Banco do Bradesco sobre o erro, informando que devolveria os valores no dia seguinte devido ao horário de funcionamento das agências. O gerente do Banco Réu iniciou uma pressão psicológica sobre o Autor, insinuando a presença de ‘pessoas’ na porta de sua casa para aguardar a devolução do valor, tratando o Autor como um criminoso”, afirma trecho do processo, que tramita na 6ª Vara Cível de Palmas.

A defesa também aponta que o caso teve grande repercussão na mídia, causando exposição e especulações sobre a vida pessoal de Antônio e de sua família. Além disso, ele teria enfrentado cobranças bancárias indevidas, como um aumento na tarifa de serviços sem aviso prévio, decorrente da transferência recebida por engano.

O Escritório Coelho e Franco Advogadas Associadas, que representa Antônio, afirma que analisou detalhadamente o caso e está confiante de que há respaldo legal para o pedido de recompensa. “Levamos a questão ao judiciário para reconhecer o direito à recompensa no mundo digital, já que a devolução ocorreu de forma voluntária”, declarou a banca jurídica. Os advogados ainda reforçaram que o montante não pertencia a terceiros, mas sim à própria instituição financeira.

Questionado sobre a ação judicial, o Bradesco informou que não comenta casos sub judice.

Após a devolução do dinheiro, o saldo na conta de Antônio voltou ao valor original de R$ 227. Agora, o motorista busca o reconhecimento do seu direito à recompensa e a reparação pelos danos morais sofridos. A audiência de conciliação poderá definir os próximos passos do processo.

Do Ver-o-Fato, com informações do G1

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