Trump garante que Venezuela aceitou receber cidadãos expulsos dos EUA

Donald Trump afirmou, neste sábado (1°/2), que a Venezuela irá, a partir de agora, receber seus cidadãos expulsos dos Estados Unidos, um novo passo em sua vasta ofensiva contra a imigração com grandes repercussões para os países da América Latina.

“A Venezuela aceitou receber em seu país todos os estrangeiros ilegais venezuelanos que estavam nos Estados Unidos, incluindo os membros de gangues”, declarou o presidente americano em sua rede, o Truth Social.

O anúncio ocorre no dia seguinte à libertação de seis norte-americanos presos na Venezuela, após uma reunião excepcional entre o presidente Nicolás Maduro e um emissário enviado por Donald Trump. O bilionário republicano saudou o retorno ao país desses “reféns”.

O emissário enviado por Trump, Richard Grenell, também foi encarregado de exigir que Caracas aceitasse o retorno “incondicional” dos venezuelanos expulsos dos Estados Unidos. Seu encontro tinha como objetivo permitir um “novo começo” entre Washington e Caracas.

Relações diplomáticas

A Venezuela havia rompido suas relações diplomáticas com Washington em janeiro de 2019, após os Estados Unidos — sob o primeiro mandato de Trump — reconhecerem o opositor Juan Guaidó como presidente interino, em vez de Maduro, e endurecerem suas sanções econômicas.

Em seu retorno ao poder, Trump tornou a luta contra a imigração uma prioridade absoluta e prometeu uma vasta campanha de expulsões. Assim que retornou à Casa Branca, declarou estado de emergência na fronteira entre os Estados Unidos e o México, enviando o exército para garantir sua vigilância.

O presidente norte-americano lidera uma grande ofensiva sobre o tema. Ele tenta contestar o direito do solo, inscrito na Constituição dos Estados Unidos. Também anunciou a criação de um centro de detenção para migrantes com 30.000 vagas na base militar de Guantánamo, em Cuba, que já abriga uma prisão muito criticada pelas ONGs.

Ele também provocou um confronto diplomático com a Colômbia, que aceitou repatriar cerca de 200 cidadãos expulsos para evitar um grande aumento nas tarifas sobre os produtos colombianos que entram nos Estados Unidos.

Washington também utilizou aviões militares nos últimos dias para devolver imigrantes irregulares para Guatemala e Brasil.

Na quarta-feira, a administração Trump pôs fim ao status de proteção temporária concedido a mais de 600 mil venezuelanos nos Estados Unidos, que os protegia de uma expulsão. A proteção havia sido estendida pela administração de seu antecessor, Joe Biden, que a justificou, entre outros motivos, ao apontar o “regime desumano” de Nicolás Maduro.

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