Grupo de captura: eficiência e estratégia na caçada a foragidos

Desde sua reestruturação em julho de 2023, o Grupo de Capturas (GCap) da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal (SRDF) tem se destacado na busca e prisão de foragidos da Justiça. Com um trabalho baseado em inteligência, parcerias estratégicas e operações especializadas, o grupo já levou a SRDF ao quarto lugar no ranking nacional de capturas.

O GCap é um núcleo exclusivo da Polícia Federal voltado para o cumprimento de mandados de prisão, com foco em crimes federais como pedofilia, tráfico de pessoas, assaltos a bancos e fraudes contra instituições públicas. Além disso, o grupo também auxilia em prisões de condenados por crimes de grande repercussão, mesmo que sejam de competência da Justiça Estadual, como homicídios.

Diferente das polícias Civil e Militar, que atuam apenas no Distrito Federal, a Polícia Federal tem uma área de abrangência maior, cobrindo cidades em Goiás e Minas Gerais. Isso exige um trabalho conjunto com forças locais, como as polícias Penal e Civil, além do Comando de Policiamento Especializado de Goiás (CPE), essencial para ações no Entorno do DF.

“Nosso trabalho é feito com inteligência. Usamos desde fontes abertas e sistemas internos até informações de colaboradores em diferentes regiões”, explica um dos agentes do grupo. “A vigilância e a análise de dados são essenciais. Precisamos ser estratégicos para conseguir efetuar prisões com eficiência.”

Antes da criação dos grupos de captura em 2022, a Polícia Federal registrava em torno de 1,2 mil a 1,5 mil prisões por ano. Com a especialização, esse número saltou para cerca de 14 mil capturas anuais. No DF, a média mensal de prisões triplicou, e em outubro de 2023, a unidade foi a que mais prendeu em todo o país, com aproximadamente 100 capturas em um único mês.

Memória

Um dos casos mais emblemáticos envolveu a prisão de um foragido por fraude contra a Caixa Econômica Federal. O criminoso estava desaparecido há mais de 10 anos, utilizando identidade falsa em Rondônia. A captura só foi possível graças ao cruzamento de dados de reconhecimento facial e impressões digitais, além de uma ação coordenada com a polícia local.

Outro caso curioso aconteceu em plena véspera de Ano Novo. Um dos agentes do GCAP, de férias, reconheceu um foragido enquanto passeava com a família. O suspeito usava boné e máscara, mas sua fisionomia chamou atenção. O policial monitorou discretamente o indivíduo, acionou a equipe e confirmou a identidade do criminoso, que foi preso antes da virada do ano.

Desafio 

Até julho de 2023, as capturas eram conduzidas por equipes dentro do Núcleo de Operações da SRDF, que também tinham outras atribuições, como escoltas e segurança de oficiais de Justiça. A partir da reestruturação, o GCAP ganhou uma estrutura independente, permitindo que seus agentes se dedicassem exclusivamente à localização e prisão de foragidos.

Essa especialização tem feito a diferença. Atualmente, a equipe, embora pequena, se destaca no cenário nacional, utilizando tecnologia, inteligência e uma forte rede de parcerias para garantir o cumprimento de mandados de prisão. O próximo objetivo? Subir no ranking e se tornar o grupo mais eficiente do país.

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