BTG faz raio-X do varejo para 2025 e lista 4 top picks: saiba quais são elas

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Num robusto relatório de 56 páginas e 86 gráficos, o BTG apresentou um raio-X do que será o varejo brasileiro em 2025, em particular para 21 companhias ‘cobertas’ pelo banco. O resumo é que a instituição está “assumindo uma postura mais conservadora” em relação a essas empresas. Segundo o BTG, o “mantra para investir em varejo é baixa alavancagem financeira e momento operacional decente”. Com base no relatório – assinado pelos analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo – há recomendação ‘Neutral’ para seis das 21 empresas e de ‘Buy’ para as outras 15, com quatro destacadas pelo BTG como Top Picks: Mercado Livre, Grupo Mateus, Smartfit e Vivara

Para o banco, o desempenho das ações neste ano estará atrelado a cinco fatores principais. O primeiro são os altos custos de financiamento sobre a demanda do consumidor. O segundo fator será o espaço que as empresas terão de repasse de preços sobre os impactos da aceleração da inflação e do real depreciado. Em terceiro será o consumo de bens e serviços não essenciais, enfrentando preocupações no médio prazo. A quarta variável é a alavancagem financeira com taxas de juros mais altas. Por último, os reflexos ainda incertos da Reforma Tributária.

No relatório são analisados detalhadamente quatro temas macroeconômicos (crédito, caixa, volatilidade inflacionária e taxa de juros) e três setoriais (e-commerce, moda & vestuário e alimentos). Na avaliação, os reflexos de decisões como as seguidas altas de juros são nucleares para o comportamento varejista – o Copom elevou na quarta-feira (30) em mais 1 ponto porcentual a Selic, para 13,25%, e deixou claro que em março haverá nova elevação de igual proporção. “Embora a perspectiva macro dos varejistas tenha mostrado sinais de melhora em 2024, esperamos que o desempenho nos próximos trimestres esteja altamente ligado à situação do mercado de crédito do Brasil”, afirmaram os analistas.

TOP PICKS – Entre as quatro Top Picks elencadas pelo BTG, a primeira é o Mercado Livre. Os papéis da empresa, listados na bolsa de Nova York, fecharam em US$ 1.947,32 na quinta-feira (30), com alta apenas em janeiro de 14,5%. Nos primeiros nove meses de 2024 – dados mais recentes –, a empresa registrou receita de US$ 14,7 bilhões (+37,6% em relação ao mesmo período de 2023), lucro líquido de US$ 1,2 bilhão (+54,7%) e Ebitda ajustado de US$ 2,2 bilhões (leve variação positiva de 0,6%). “O e-commerce continua sendo uma opção estrutural para nós, e preferimos a exposição no longo prazo por meio de players horizontais com muito mais liquidez, sendo o Meli [Mercado Livre] nossa Top Pick no segmento”, afirmou o BTG.

Já o Grupo Mateus, que tem suas ações negociadas na B3, fechou na quinta-feira (30) em R$ 6,67, com alta de 10,2% desde o dia 2 de janeiro. Seu desempenho, nos primeiros nove meses do ano passado é de receita líquida de R$ 23,3 bilhões (+21,5% sobre os primeiros noves meses de 2023), lucro líquido de R$ 947 milhões (+11,9%) e Ebitda de 1,7 bilhão (+24,7%). Para o BTG, existem varejistas regionais no setor de alimentos com histórias de crescimento bem-sucedidas. “Impulsionadas pelo aumento da escala (e do poder de barganha com o setor), boa localização das lojas, forte reconhecimento da marca e execução decente”, afirmou o banco. “Esse é exatamente o caso do Grupo Mateus.”

A terceira Top Pick é a Smartfit, cujos papeis fecharam em R$ 19,61 na quinta-feira (30), alta de 17,9% desde o dia 2 de janeiro. Entre janeiro e setembro de 2024, apresentou receita líquida de R$ 4 bilhões (+29,7% sobre os nove primeiros meses de 2023), lucro líquido recorrente de R$ 382 milhões (+14,4%) e Ebitda de R$ 1,3 bilhão (+31,4%). “A Smartfit está muito bem-posicionada na América Latina, com mais de 50% das vendas fora do Brasil”, afirmou o BTG. Segundo o banco, a empresa se beneficia da grande escala na região e apresentou grandes melhorias de rentabilidade, devido a uma melhor alavancagem operacional e otimização de custos.

A quarta e última Top Pick é a Vivara, cujas ações foram negociadas a R$ 22,01 no encerramento de quinta-feira (30), com elevação desde o dia 2 de janeiro de 18,6%. No operacional, nos três primeiros trimestres do ano passado, a marca registrou receita líquida de R$ 1,7 bilhão (alta de 18,1% em relação os mesmo período de 2023), lucro líquido de R$ 354 milhões (+57,2%) e Ebitda de 357 milhões (+27,9). Para o banco, a maior varejista de joias do Brasil está muito bem-posicionada para avançar mais em um mercado fragmentado. “É um modelo de negócios verticalmente integrado, com vantagens na distribuição em todo o Brasil, bem como uma marca forte”, afirmou o BTG. No relatório, o banco também divulgou suas Teses de Investimentos, o preço-alvo das 21 varejistas cobertas.

Recomendação de Compra:
Azzas – Preço-alvo de R$ 49 para 2025.
Assaí – Preço-alvo de R$ 9 para 2025.
Grupo Mateus – Preço-alvo de R$ 10 para 2025.
Grupo Panvel – Preço-alvo de R$ 12 para 2025.
Grupo SBF – Preço-alvo de R$ 16 para 2025.
Lojas Quero Quero – Preço-alvo de R$ 4 para 2025.
Lojas Renner – Preço-alvo de R$ 20 para 2025.
Magazine Luiza – Preço-alvo de R$ 14 para 2025.
Mercado Livre – Preço-alvo de R$ 112 para 2025.
Raia Drogasil – Preço-alvo de R$ 28 para 2025.
Smartfit – Preço-alvo de R$ 27 para 2025.
Track&Field – Preço-alvo de R$ 14 para 2025.
Vivara – Preço-alvo de R$ 32 para 2025.
Vulcabras – Preço-alvo de R$ 20 para 2025.
Veste – Preço-alvo de R$ 12 para 2025.

Recomendação Neutra:
Carrefour Brasil – Preço-alvo de R$ 10 para 2025.
C&A – Preço-alvo de R$ 15 para 2025.
Casas Bahia – Preço-alvo de R$ 3 para 2025.
CVC – Preço-alvo de R$ 3 para 2025.
Grupo Pão de Açúcar – Preço-alvo de R$ 4 para 2025.
Petz – Preço-alvo de R$ 5 para 2025.

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