Quem é Paulo José, que fez Gladstone em Tieta e viveu com doença grave

Interpretando o vigarista Gladstone em Tieta, o ator Paulo José viveu, por mais de 28 anos, com uma doença que chamou de degenerativa, progressiva e irreversível. Quando tinha 53 anos, o ator foi diagnosticado com Parkinson e teve dificuldades de encarar a doença. Ele morreu quase 28 anos depois do diagnóstico, em 2021, após complicações de uma pneumonia.

O ator marcou época ao interpretar o anti-herói Gladstone, em Tieta, personagem dúbio que é amigo da protagonista e que se envolve com Carmosina (Arlete Salles), notória solteirona da cidade. Na trama, Gladstone se deita com Carmosina após ser contratado por Tieta para tirar a virgindade da mulher.

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Arlete Salles, Paulo José (Carmosina, Gladstone) em Tieta

O ator Paulo José (1937–2021)
O ator Paulo José (1937–2021)
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Paulo José

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Arlete Salles, Paulo José (Carmosina, Gladstone) em Tieta

TV GLOBO / Bazilio Calazans

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O ator Paulo José (1937–2021)

Reprodução/Memoria Globo


Carreira de Paulo José

  • O ator Paulo José estreou nos palcos como ator em 1961, na peça Testamento de um Cangaceiro, de Chico de Assis.
  • Em 1965, ele estreou no cinema no longa O Padre e a Moça e estrelou quase dez outros filmes nos anos seguintes entre 1965 e 1968 como Macunaíma e Todas as Mulheres do Mundo.
  • Ele foi agraciado pelo Troféu Candango, do Festival de Brasília, em dois anos consecutivos pelas atuações nos filmes Todas as Mulheres do Mundo (1966) e Edu, Coração de Ouro (1967).
  • Foi em 1969 quando começou a jornada dele na TV, com uma aparição na novela Véu de Noiva, de Janete Clair, e atuou em vários folhetins de sucesso como Gabriela (1975), Tieta (1989), Vamp (1991), Por Amor (1997), Senhora do Destino (2004), Caminho das Índias (2009) e Em Família (2014), seu último trabalho na TV.

Diagnóstico e Morte

Paulo José lutou por 28 anos contra a doença de Parkinson, uma condição crônica e progressiva do sistema nervoso que afeta principalmente o movimento. Ele foi diagnosticado em 1993, aos 56 anos.

Alguns anos depois, o ator concedeu uma entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, em 1998, onde falou sobre a dificuldade de aceitar o diagnóstico. “Uma doença degenerativa, progressiva e irreversível”, resumiu o ator na época.

“Mas a sensação e  que eu perdi alguma coisa e ganhei outra. Eu não conseguia escrever, tinha dificuldade, sempre brigando com as palavras. Com o Parkinson comecei a escrever. Fecha uma porta, abre outra”, afirmou o ator com otimismo na ocasião.

O ator seguiu trabalhando na TV e no cinema mesmo após o diagnóstico e morreu em 11 de agosto de 2021, após passar dias internado no Rio de Janeiro após um quadro de pneumonia. Ele tinha 84 anos.

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