Educação transforma vidas no projeto Mudando Minha História

Jovens que fazem parte do projeto em sua primeira aula inaugural. Noelly Castro

No cenário educacional, onde a desigualdade de oportunidades ainda é um grande obstáculo, histórias como as de Maria Eduarda, Lavínia e Vitor provam que a dedicação e o apoio certo podem transformar vidas. Eles fazem parte do projeto Mudando Minha História, que, em seu primeiro ano, alcançou um impressionante índice de 81% de aprovação em colégios técnicos públicos.

Duda agarrou a oportunidade com toda a força e seu esforço contínuo garantiu uma vaga em enfermagem no COTIL.Noelly Castro

Maria Eduarda sempre foi uma aluna dedicada, mas sua mãe desconhecia a existência dos colégios técnicos até uma conversa com uma amiga. Ao descobrir as dificuldades para ingressar sem uma preparação adequada, a família viu no projeto Mudando Minha História a chance de um futuro melhor. Duda abraçou a oportunidade com determinação, enfrentando desafios como a falta de espaço para estudar, já que dividia o quarto com três irmãos. Seu esforço valeu a pena: conquistou uma vaga em Enfermagem no COTIL.

Lavínia foi aprovada de primeira em uma das 4 vagas destinadas a estudantes de fora de Paulínia nos Colégios técnicos Etep e CEMEP e, no curso de química da Etecep, passou em 9° lugar. Ao total, foi aprovada em 7 cursos.Noelly Castro

Lavínia, por sua vez, descobriu no cursinho uma nova paixão: a química. Desde o primeiro dia, escolheu sentar na primeira fileira e absorver cada minuto de aprendizado como se fosse um grande presente. Quando chegaram as férias de julho, usou os dias livres para intensificar os estudos. Seu empenho resultou em sete aprovações, incluindo a tão sonhada vaga no curso de Química da ETECAP, onde foi classificada em 9º lugar.

Vitor foi um dos últimos colocados no processo seletivo do cursinho MMH e aprovado em todos os cursos que prestou, com destaque em muitos deles.Noelly Castro

Já Vitor começou o curso classificado entre os últimos, mas não deixou que esse número definisse seu potencial. Seguiu à risca todas as recomendações do projeto: estudava duas horas por dia, fazia todos os exercícios, frequentava os plantões e sempre buscava aprender com os voluntários sobre como alcançar sucesso profissional. Seu comprometimento rendeu frutos: foi aprovado em todas as escolas técnicas que tentou, destacando-se em muitas delas.

Esses jovens, junto a outros 56 aprovados, demonstram que, com apoio e direcionamento, é possível romper barreiras e construir um futuro promissor.Divulgação

Esses jovens, junto a outros 57 aprovados, demonstram que, com apoio e direcionamento, é possível romper barreiras e construir um futuro promissor. Em entrevista ao portal iG Campinas, os idealizadores do projeto Mudando Minha História contaram que não apenas preparam os estudantes para os vestibulinhos, mas também os acompanha durante toda a trajetória acadêmica, oferecendo mentorias, treinamentos e curso de inglês. Porque mudar a história não é apenas passar em um exame — é garantir que o caminho continue sendo trilhado com sucesso.

Com um modelo diferenciado e um olhar atento para a realidade dos alunos, o projeto já provou ser mais do que um cursinho preparatório: é uma porta aberta para um futuro de possibilidades.

O projeto foi idealizado por ex-alunos de colégios técnicos públicos que, assim como os estudantes de hoje, enfrentaram desafios para acessar uma educação de qualidade. Entre eles estão Alline Artigiani Lima Tribst, hoje pesquisadora da Unicamp, e Guilherme Silvério de Souza, executivo de vendas, que viram na educação técnica a oportunidade de transformar suas trajetórias.

As inscrições para o projeto são gratuitas e acontecem em julho, pelo site www.mudandominhahistoria.org. Os alunos selecionados passam por um curso preparatório intensivo e recebem suporte acadêmico e emocional para alcançar seus objetivos.

Quem pode participar?

  1. – Aluno que estejam cursando o 8º ano em escola pública, com até 16 anos completos em 2024;
  2. – Tenham estudado e venham estudar os 6º, 7º, 8º e 9º anos do fundamental em escola pública;
  3. – Sejam moradores da Região Metropolitana de Campinas;
  4. – Tenham renda familiar inferior a três salários mínimos*.
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