Estados Unidos ainda são o melhor destino para investimentos?

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O mercado financeiro americano segue sendo o principal destino do capital global, mesmo diante de crises, tensões geopolíticas e mudanças políticas. Mas o que sustenta essa resiliência? No primeiro episódio da terceira temporada do Mercado & Beyond, William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, analisou os fatores que mantêm os Estados Unidos como epicentro dos investimentos e os desafios que podem mudar esse cenário.

Segundo ele, a solidez institucional e a previsibilidade das regras do jogo são essenciais para atrair investidores. Além disso, a força do dólar e a liquidez dos ativos disponíveis nos EUA garantem que o país siga como referência global. “Se a economia está crescendo e as empresas continuam lucrando, o mercado financeiro americano se mantém atrativo para o mundo“, destacou.

O que esperar do mercado dos Estados Unidos com a volta de Trump?

O retorno de Donald Trump à Casa Branca traz incertezas para os mercados. O republicano já demonstrou postura agressiva em relação à China e México, aumentando tarifas de importação e endurecendo políticas migratórias. No entanto, William Castro Alves acredita que, até agora, o mercado tem precificado uma abordagem mais moderada.

A postura protecionista pode gerar impactos na inflação e no comércio global, mas o grande fator a ser observado é se Trump conseguirá reduzir o tamanho do Estado e o déficit fiscal“, afirmou. Para o estrategista, se o governo americano conseguir diminuir os gastos públicos, poderá criar um ambiente mais favorável para o crescimento de longo prazo e juros mais baixos.

Investimentos internacionais: Brasil perde espaço para México e Índia?

Enquanto o mercado americano segue forte, o Brasil enfrenta dificuldades para atrair capital estrangeiro. Países emergentes como México e Índia têm se mostrado mais atraentes para investidores internacionais. “O Brasil perdeu relevância nos últimos anos, com um ambiente político instável e desafios fiscais que dificultam a previsibilidade dos investimentos“, explicou William.

Apesar da perda de espaço, ele acredita que os preços dos ativos brasileiros estão muito depreciados. “O mercado pode se recuperar, mas falta um catalisador que traga confiança para os investidores“, afirmou. Segundo ele, mudanças na política econômica e sinais mais claros de comprometimento com a responsabilidade fiscal poderiam impulsionar o retorno do capital estrangeiro ao país.

Dolarização do patrimônio: um movimento sem volta?

A busca por proteção patrimonial tem levado cada vez mais brasileiros a investirem no exterior. Com a alta do dólar e o aumento das incertezas econômicas, a diversificação internacional tem sido um tema central para investidores.

Não se trata mais de uma opção, mas de uma necessidade“, destacou William. Ele lembra que o consumo dos brasileiros está cada vez mais dolarizado, desde bens de tecnologia até insumos básicos. Estudos apontam que cerca de 18% da cesta de consumo da classe média e alta tem influência direta da variação do câmbio.

Para quem deseja proteger seu poder de compra, a diversificação internacional se torna essencial. “O maior erro dos investidores é tentar acertar o timing do câmbio. Quem ficou esperando o dólar cair perdeu oportunidades valiosas nos mercados globais”, alertou.

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