O ano do Drex: o que já se sabe sobre a moeda digital

O Banco Central do Brasil está dando um passo significativo na modernização do sistema financeiro nacional com o lançamento do Drex, a moeda digital brasileira. A versão inicial surge como uma alternativa ao uso de cédulas, mas não substitui o dinheiro em espécie, cuja emissão ainda atende a diversas necessidades e hábitos da população. A promessa do Drex é transformar a dinâmica das transações financeiras, tornando-as mais eficientes, transparentes e seguras, especialmente em operações mais complexas. No entanto, o sucesso dessa inovação dependerá da superação de desafios técnicos e culturais, além da construção da confiança entre usuários e empresas.

Impacto global e desafios para a adoção

Além de transformar o cenário financeiro nacional, o Drex também pode impactar os mercados globais ao posicionar o Brasil no mapa das moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). Segundo Alex Tabor, CEO da Tuna Pagamentos, “um dos grandes diferenciais será sua capacidade de facilitar transferências internacionais com rapidez e custos reduzidos.” Hoje, essas operações podem levar dias, mas com o Drex, a expectativa é que sejam concluídas em segundos ou minutos, aumentando a competitividade do país.

No entanto, a adoção da nova moeda digital enfrentará desafios, como a resistência de setores tradicionais, a integração com sistemas existentes e a necessidade de demonstrar um valor superior a soluções já consolidadas, como o Pix e o uso de cartórios para formalização de contratos. “Garantir uma experiência de uso simples e intuitiva será essencial para conquistar tanto o público desbancarizado quanto os consumidores mais acostumados às tecnologias atuais”, destaca Tabor.

Como o Drex será utilizado?

Para utilizar o Drex, os usuários precisarão recorrer a um intermediário financeiro autorizado, como um banco, que fará a conversão do saldo depositado em conta para a carteira digital da moeda. Com isso, será possível realizar transações com ativos digitais de maneira segura e eficiente. Um dos diferenciais da plataforma será o uso de contratos inteligentes, mecanismos programáveis que garantem a execução automática das operações apenas quando todas as condições estipuladas forem cumpridas. Isso trará mais segurança para as partes envolvidas, eliminando riscos de inadimplência ou descumprimento de acordos.

Um exemplo prático desse benefício pode ser visto na compra de um carro: atualmente, existe o receio de pagar e não receber a propriedade do veículo de imediato. Com o Drex, o valor e a titularidade do automóvel serão transferidos simultaneamente, garantindo que nenhuma das partes saia prejudicada. Caso uma das condições do contrato não seja atendida, o dinheiro e o bem permanecem com seus respectivos donos, fortalecendo a confiança nas transações financeiras digitais.

Novas oportunidades para o mercado financeiro

Além da segurança e eficiência nas transações, o Drex abre novas possibilidades de negócios para bancos, fintechs e diversos setores da economia. Segundo Alex Tabor, “o Drex traz oportunidades para bancos e fintechs explorarem a tokenização de ativos e criarem novos serviços financeiros.” No comércio eletrônico, por exemplo, a moeda digital pode aumentar a segurança em compras de alto valor, permitindo que o pagamento só seja efetivado após a entrega e verificação do produto pelo consumidor. Já no setor imobiliário e automotivo, a digitalização das transações pode reduzir custos e burocracias, tornando os processos mais ágeis e acessíveis.

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