Internautas rejeitam a aprovação do projeto do Museu da Chape

Foto: Jornalista André Lazzari

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O anúncio da aprovação por parte do Ministério da Cultura do projeto do Museu da Chapecoense teve reprovação quase total dos mais de 200 internautas que se manifestaram no vídeo gravado pelo deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) e postado no Instagram do ClicRDC sobre essa importante conquista para o esporte de Chapecó.

Entendo que a rejeição do parlamentar dentro do eleitorado local está cegando os detalhes importantes desse empreendimento que vai potencializar a cultura e o turismo da cidade, portanto, permita-me argumentar. Primeiramente, é importante explicar a lei que vai permitir o financiamento do museu, que é a famosa Lei Rouanet.

Este dispositivo de fomento à cultura existe desde 1991, ou seja, desde o governo Collor, e permite que empresas e pessoas físicas destinem parte do Imposto de Renda a projetos culturais. Isso significa que o Museu da Chape será totalmente financiado pela iniciativa privada, sem aumento de impostos, nem retirada de dinheiro de outras fontes para construção do espaço museológico.

Outra questão importante é a preservação da memória. Em Chapecó, temos trabalhos reconhecidos internacionalmente, como o do Centro de Memória do Oeste Catarinense (CEOM), que pertence à Unochapecó, e mais recentemente, a Hemeroteca Chapecoense, que está sendo estruturada pela Secretaria de Cultura da Prefeitura, além de tudo o que já existe em termos de museus e outros centros de memória privados, como o Cemac, que compila a história da Cooperalfa e do Sicoob MaxiCrédito.

A historiadora brasileira Emília Viotti da Costa é a autora da conhecida frase: “Um povo sem memória é um povo sem história. Um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. Esta é uma sábia verdade, totalmente inserida na história da Chapecoense, e por isso, é necessário relembrarmos o que de bom e de ruim aconteceu com um dos clubes de futebol mais queridos do país, e termos um local próprio para isso.

Por fim, a questão turística. Chapecó está conseguindo, cada vez mais, diversificar a oferta de atrações para quem vem de outros lugares do Brasil e do mundo para visitar, investir ou fazer negócios no município. Além do consagrado turismo de negócios e feiras, o turismo rural e esportivo tem crescido com os recentes investimentos em andamento, como a Arena Chapecó e o Autódromo Internacional, que estão em construção.

A própria Chape atrai todos os anos milhares de torcedores dos outros clubes da Série B do Campeonato Brasileiro para Chapecó. Por isso, um museu para o clube será um importante impulso para atrair ainda mais visitantes à capital do Oeste. Com esses argumentos, parabenizo o Governo Federal pela sensibilidade que teve com esse clube que sempre significou muito mais do que futebol para a nossa região, e faço votos de que as empresas da região atendam ao edital e deem condições de financiamento para este projeto.

Recadinhos

  • Resumindo os motivos da maciça reprovação dos internautas do ClicRDC ao projeto do Museu da Chape, primeiramente vem a reclamação da falta de emendas parlamentares por parte de Pedro Uczai para os hospitais Regional e da Criança.
  • Muitos lembraram da famigerada proposta do PT para transformar a Arena Condá em uma horta comunitária quando, em 2000, foi discutido esse projeto durante a campanha eleitoral.
  • Alguns levantaram desconfiança e expectativa de que a instalação do Museu da Chape venha a se tornar um caso de corrupção por causa dos recursos virem da Lei Rouanet. Uma afirmação totalmente leviana.
  • Teve até internauta pedindo para que o ClicRDC apagasse o vídeo com Uczai e gravasse o mesmo texto com alguém da Chapecoense, para que o deputado não tivesse o protagonismo que, nesta pauta, merece ter.

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