Ex-miliciano vira bicheiro e “vende bairros” para o Comando Vermelho

Preso desde março de 2021, acusado de comandar uma das milícias mais sanguinárias do Rio de Janeiro, André Costa Barros (foto em destaque), o André Boto, teria “pulado o muro” da criminalidade e se tornado o mais novo contraventor carioca. Em um golpe de mestre, o ex-miliciano teria vendido seus domínios para a facção Comando Vermelho (CV). Em troca, Boto ganhou exclusividade para explorar máquinas caça-níqueis nas regiões.

O novo contraventor pasou a ter em seu espólio comunidades como Cesar Maia, Colônia e Terreirão, todas na Zona Oeste do Rio. A coluna Na Mira apurou que Boto teria enfraquecido a própria milícia nestas regiões para facilitar a entrada do Comando Vermelho. Também ocorreram ordens para que vários comparsas fossem executados sempre alegando cobrança interna. Boto ainda parou de contratar “soldados” e interrompeu a comprar de armas.

De acordo com investigações da Polícia Civil carioca, Boto é acusado de extorquir comerciantes e moradores dos bairros de Curicica, Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande, todos na Zona Oeste da cidade. O ex-miliciano foi preso em 4 de março de 2021 durante força-tarefa composta pelo Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) em conjunto com a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).

Apartamentos

Boto ainda é investigado pela construção de prédios da milícia. Em dezembro de 2020, policiais interditaram a construção de um prédio com 37 apartamentos administrados por ele.

As vendas renderam em torno de R$ 12 milhões. De acordo com os agentes, ele foi preso em flagrante pelos crimes de receptação e porte ilegal de arma de fogo. Ele estava em um carro blindado clonado e uma pistola foi apreendida. Segundo os investigadores, contra ele foi cumprido um mandado de prisão expedido pela Justiça pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

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