Israel pode retomar ofensiva se Hamas não libertar reféns até sábado

O primeiro-ministro de Israel,  Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (11/2) que o cessar-fogo na Faixa de Gaza será interrompido caso o Hamas não entregue os reféns que mantém sob seu poder até o meio-dia de sábado (15/2), às 7h no horário de Brasília.


Hamas adia libertação

  • O cessar-fogo entre Israel e Hamas é composto por três fases, sendo que a primeira delas envolve a troca de reféns israelenses por presos palestinos.
  • Apesar de o plano estar ocorrendo com relativo sucesso, o Hamas anunciou que vai adiar a próxima libertação de reféns, prevista para acontecer no próximo sábado (15/2).
  • Até o momento, 16 dos 33 reféns israelenses já foram libertados pelo Hamas. Em troca, cerca de 600 palestinos saíram de prisões israelenses.

Durante um pronunciamento, Netanyahu disse que ordenou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) se posicionem dentro e ao redor da Faixa de Gaza, em preparação para uma possível retomada das operações militares. Ele não forneceu detalhes sobre quais ações poderão ser adotadas.

“Se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará, e as IDF retomarão os intensos combates até a derrota final do Hamas”, declarou o premiê israelense.

O posicionamento de Netanyahu foi apoiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que defendeu o rompimento da trégua caso o grupo palestino não cumpra o prazo. “Deixe o inferno se instaurar”, afirmou Trump durante um evento na Casa Branca.

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O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu participam de uma declaração conjunta na Sala Leste da Casa Branca em 28 de janeiro de 2020
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Trump disse que EUA querem assumir a Faixa de Gaza em entrevista à imprensa após receber o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu

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O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Chip Somodevilla/Getty Images

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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu participam de uma declaração conjunta na Sala Leste da Casa Branca em 28 de janeiro de 2020

Sarah Silbiger/Getty Images

Até o momento, o Hamas não respondeu diretamente às declarações do primeiro-ministro israelense. Mais cedo, no entanto, o grupo criticou Trump, afirmando que suas falas “não ajudam em nada e complicam ainda mais as coisas”.

Trégua em risco

Na segunda-feira (10/2), o Hamas já havia alertado que poderia adiar a libertação de reféns prevista para sábado, alegando que Israel não estaria cumprindo sua parte no acordo.

O grupo acusa o governo israelense de restringir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, dificultar o retorno de deslocados para o norte do território e seguir realizando ataques aéreos. Por isso, exige garantias de que os termos estabelecidos serão respeitados.

O cessar-fogo entre Israel e Hamas entrou em vigor no dia 19 de janeiro, com previsão de ser implementado em três fases. No estágio inicial, o grupo palestino concordou em libertar 33 reféns de forma gradual, enquanto Israel retiraria parte de suas tropas de Gaza e libertaria prisioneiros palestinos. Até agora, 16 reféns foram entregues.

Diante do atraso na libertação dos demais sequestrados, Israel considera que o cessar-fogo foi violado e colocou suas forças em alerta para reforçar a segurança na fronteira.

As tensões entre Israel e Hamas também aumentaram após Trump sugerir que os palestinos deveriam ser retirados permanentemente da Faixa de Gaza, o que gerou reações negativas na região.

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