“Café fake”: o que tem na bebida que surgiu após preços recordes?

Com a alta recorde no preço do café, surgiram nas prateleiras versões falsificadas do produto. Identificados como “bebida sabor café”, o “café fake” não é regulamentado e a venda preocupa produtores e órgãos de fiscalização.

Embora parte do produto seja de fato original, o “café fake” tem concentração muito acima do permitido de outras substâncias, como a casca do grão, restos de madeira, pedras e palha, que acabam passando pelo processo de torra e moagem.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alertou supermercados e redes varejistas sobre “irregularidade do comércio de misturas ilegais” e recomendou “o não consumo de tais produtos pela população, diante do risco à saúde”.

O presidente da entidade explicou do que seria composto o produto. “O café é um monoproduto extraído do grão do café. Junto a esse grão, depois de secado e beneficiado, sobram casca, mucilagem (camada viscosa do grão), pau, pedra, palha e tudo o que vem junto com o café – mas não é café”, disse.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as regras para a comercialização de café são bem claras. Para ser café, é preciso ser compostos apenas pelo “grão beneficiado do fruto maduro de espécies do gênero Coffea, como Coffea arábica L., Coffea liberica Hiern, Coffea canephora Pierre (Coffea robusta Linden), submetido a tratamento térmico até atingir o ponto de torra escolhido, em grãos ou moído“.

A agência destaca, ainda, que “não há previsão de adição de nenhum outro ingrediente a não ser os aditivos alimentares autorizados”.

A Anvisa afirmou que para seria necessária uma análise do produto para apontar composição e riscos. Mas declarou que “de toda forma, pela designação, entende-se que o produto não é um café”.

A agência também fez um alerta sobre as embalagens de “café fake”, que imitam marcas tradicionais de café. “Imagens captadas na internet e supostamente usadas no rótulo não parecem favorecer, a princípio, uma fácil distinção do produto, podendo induzir o consumidor a erro sobre a real natureza e características do produto”.

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