Carros de luxo do DF viram alvo de traficantes do Comando Vermelho

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) descobriu que traficantes do Comando Vermelho estão por trás de um esquema milionário de furto e tráfico de veículos de luxo no DF. As caminhonetes Toyota Hilux e SW4 se tornaram os alvos preferidos da facção, que as furta, adultera e envia para a Bolívia e Paraguai, onde são trocadas por grandes quantidades de cocaína e maconha.

A descoberta foi feita durante a Operação Sakichi, uma megaoperação que mobilizou diversas forças policiais para desarticular a organização criminosa. A ação cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária e 32 de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 7 milhões em bens dos investigados.

Após os furtos, as caminhonetes eram levadas para locais clandestinos, onde passavam por adulterações nos sinais identificadores, dificultando sua recuperação. Em seguida, eram transportadas para estados de fronteira e trocadas diretamente por entorpecentes que abasteciam o mercado do tráfico no Brasil. Além da troca por drogas, alguns dos veículos eram desmontados e revendidos no mercado ilegal de peças.

O aumento no número de furtos de Toyota Hilux e SW4 no Distrito Federal chamou a atenção das autoridades. Apenas nos últimos seis meses, foram roubadas 27 caminhonetes, sendo os principais locais de atuação dos criminosos:
• 12 furtos em Taguatinga
• 9 furtos em Águas Claras
• 3 furtos no Plano Piloto
• 2 furtos em Ceilândia
• 1 furto em Vicente Pires
• 1 furto no Gama
• 1 furto em Pirenópolis (GO)

Esses modelos são escolhidos por seu alto valor de mercado, resistência e facilidade de revenda no exterior. Segundo a Tabela FIPE, esses veículos podem custar entre R$ 220 mil e R$ 600 mil.

A facção criminosa utilizava equipamentos avançados para burlar os sistemas de segurança dos veículos. Durante as investigações, foram encontrados dispositivos eletrônicos capazes de hackear o módulo de ignição e ligar o carro sem a chave original; bloquear sinais de rastreamento, impedindo a localização dos veículos roubados; e identificar e remover rastreadores instalados de fábrica nos automóveis.

O Comando Vermelho organizava a quadrilha em quatro núcleos:
• Núcleo estratégico: planejava os furtos e fornecia os equipamentos necessários.
• Núcleo operacional: executava os crimes e adulterava os veículos.
• Núcleo logístico: transportava os carros para a fronteira e organizava a troca por drogas.
• Núcleo financeiro: lavava o dinheiro obtido e gerenciava a distribuição dos lucros.

Desde o início da investigação, 11 caminhonetes de luxo foram recuperadas, sendo quatro localizadas na fronteira do Mato Grosso do Sul, três no estado de Goiás e quatro no Distrito Federal.

 

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