Quem é o suspeito de mandar matar Gritzbach alvo de operação em SP

São Paulo — O alvo da operação realizada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (13/2) contra o suspeito de ser o mandante do assassinato do empresário Vinicíus Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), é Emílio Carlos Gongorra Castilho, também conhecido como Bill ou João Cigarreiro.

Emílio é suspeito de ter participado do sequestro de Gritzbach, em 2022, por integrantes da facção e policiais civis que atuavam junto aos criminosos.

Ele é integrante do crime organizado do Rio de Janeiro e teria emprestado dinheiro a Gritzbach. A polícia ainda não confirmou se este seria o motivo da suposta ordem de assassinato.


Quem é o suspeito

  • Segundo autoridades ligadas à investigação, Cigarreiro seria um dos principais traficantes da facção no estado e teria interlocução inclusive com facções cariocas, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), rivais do PCC.
  • “Ele entra e sai no Rio de Janeiro quando quiser. Vende droga para quem quiser no Rio, tanto CV quanto TCP”, afirma um integrante da força-tarefa que investiga a morte do delator do PCC. “Gritzbach morria de medo dele”, acrescenta.
  • Cigarreiro atualmente, estaria enfrentando um câncer e sendo submetido a sessões de quimioterapia.
  • O suspeito pertenceria ao núcleo do PCC ligado a Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, morto a tiros em dezembro de 2021, e à empresa de ônibus UpBus, usada para lavar dinheiro.
  • Vinícius Gritzbach era apontado pela facção como o mandante da morte de Cara Preta. O delator havia ficado responsável por investir R$ 100 milhões do PCC em criptomoedas, mas teria desviado o dinheiro e passou a ser cobrado por Cara Preta.
  • Após o homicídio, Gritzbach foi sequestrado por integrantes do PCC e levado a um centro de treinamento pertencente a Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, agente de futebol ligado à facção.

Cigarreiro teria participado, em 2022, do sequestro e do “julgamento” de Gritzbach, assim como Cláudio Marcos de Almeida, o Django; Rafael Maeda, o Japa; e Diego dos Santos Amaral, o Didi; sob a tutela de Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, apontado como chefe da célula do PCC na UpBus.

Na ocasião, Gritzbach foi solto prometendo entregar a facção às escrituras de diversos imóveis e as senhas das contas onde estariam os investimentos em criptomoedas, o que não ocorreu. Cebola teria, então, “condenado” Gritzbach à morte. Nos meses subsequentes, Django e Japa foram mortos, supostamente como punição por deixá-lo escapar.

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Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberado

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC
O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia
Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Corpo de rival do PCC executado no aeroporto
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Antônio Vinícius Lopes Gritzbach voltava de uma viagem com a namorada quando foi executado na tarde de 8 de novembro, na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo

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Gritzbach chegou a ser preso, mas acabou liberado

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Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC

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O delator do PCC foi preso em 2 de fevereiro deste ano em um resort de luxo na Bahia

Reprodução/TV Band

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Empresário, preso sob suspeita de mandar matar integrantes do PCC, foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

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Corpo de rival do PCC executado no aeroporto

Leonardo Amaro/ Metrópoles

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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

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Delator do PCC foi morto no Aeroporto de Guarulhos

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Corpo de rival do PCC morto em desembarque de aeroporto

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Além de Emílio Carlos Gongorra Castilho, segundo apurou o Metrópoles, o crime executado por policiais militares teria sido encomendado por Ademir Pereira de Andrade.

A polícia cumpre nesta quinta-feira (13/2) pelo menos 20 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), 116 policiais atuam em buscas em 20 endereços.

Quase 30 pessoas, entre policiais e empresários, foram presos por desdobramentos do caso Gritzbach. Entre os 26 detidos em diversas operações, até o momento, estão cinco policiais civis, um advogado e dois empresários delatados por Gritzbach.

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