Prisão injusta: GO terá de indenizar pais de bebê que morreu afogado

O estado de Goiás terá de indenizar em R$ 500 mil uma família que perdeu o filho afogado, após o pai da criança ser preso injustamente e deixá-la com os irmãos de 3 e 6 anos, à época.

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou que os pais de Miguel Tayler Pereira Gualberto, que tinha 1 ano quando se afogou, recebam R$ 250 mil cada, devido à falha do Estado.

A tragédia ocorreu em 3 de julho de 2020, quando Jonas Pereira Gualberto foi preso injustamente. Policiais o levaram de casa enquanto ele cuidava dos três filhos, durante a ida da esposa e mãe das crianças ao mercado.

Após a prisão inesperada e indevida de Jonas, Miguel Tayler ficou sob supervisão apenas dos irmãos e sem a presença de um adulto em casa. O bebê, então, morreu após cair na piscina da casa da família, em Planaltina (GO), no Entorno do Distrito Federal.

A Polícia Militar de Goiás (PMGO) levou Jonas pela suspeita de ter cometido um roubo. No entanto, ele não foi reconhecido como autor do crime pelas vítimas e, ao voltar para casa, soube da morte do filho.

O desembargador relator do caso, Ronnie Paes Sandre, considerou que as ações dos policiais provocaram diretamente a situação, o que configura responsabilidade do Estado.

O magistrado ressaltou, ainda, que a tragédia não teria ocorrido se não fosse pela prisão indevida de Jonas e a ausência de supervisão sobre as crianças.


Crianças sozinhas

  • À época, o pai de Miguel Tayler relatou que cuidava do bebê e dos outros dois filhos, quando a polícia o abordou em casa no momento em que a esposa tinha ido ao supermercado.
  • Ao chegar à delegacia, Jonas não teria sido reconhecido pela vítima do roubo e acabou liberado. No entanto, antes de retornar para casa, recebeu um telefonema da irmã, que informou sobre a morte do filho dele na piscina.
  • Raifra da Silva, mãe da criança, confirmou que estava no supermercado e que tentou salvar o filho ao chegar em casa, mas não conseguiu. A criança foi levada ao hospital. Contudo, não resistiu.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.