Sujeira e itens vencidos: o que a Anvisa viu em clínicas estéticas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou, na última semana, uma série de vistorias em clínicas de estética em todo o país. No Distrito Federal, cinco estabelecimento passaram pela fiscalização. Um foi interdidado e outros quatro apresentavam irregularidades como produtos vencidos, falta de higiene e procedimentos invasivos sem autorização.

A vigilância sanitária do DF apoiou a operação. Os fiscais também encontraram medicamentos sem registro no Brasil, como o fenol — produto utilizado em um empresário que morreu, ano passado em São Paulo, após realizar um peeling com a substância.

Nas clínicas vistoriadas na capital federal, um dos estabelecimentos não possuía alvará sanitário e, portanto, não poderia estar funcionando. Em outra, não havia a presença do responsável técnico, profissional de saúde habilitado que assume a responsabilidade técnica pelos procedimentos realizados dentro de um serviço de saúde.

Em várias das cinco clínicas inspecionadas, foram observados resíduos, como ampolas, seringas e frascos, sendo usados como material decorativo. Essas clínicas terão que comprovar a destruição desses itens nos próximos dias, pois o descarte adequado é necessário para evitar a reutilização, contaminação ou acidentes com partes perfurocortantes.

Outras situações encontradas nos estabelecimentos incluíram refrigeradores funcionando em temperatura inadequada — o que compromete a conservação de medicamentos que necessitam de refrigeração; ausência de procedimentos operacionais padronizados e de protocolos para registrar eventos adversos; e o uso de fios implantáveis de Polidioxanona (PDO) vencidos.

Outra situação que chamou a atenção em alguns estabelecimentos foi a ausência, nas áreas de procedimentos, de pias para lavagem das mãos, que são essenciais para a manutenção da higiene mínima.

A escolha dos estabelecimentos foi motivada por denúncias recebidas de usuários e pelo elevado grau de inserções publicitárias patrocinadas pelas marcas em mídias tradicionais ou em redes sociais, no contexto atual de aumento dos relatos de eventos adversos graves ocorrendo em clínicas de estética ou após procedimentos.

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