Ruas de sangue: PM de SP é a mais perigosa do mundo, diz jornal inglês

São Paulo — O jornal inglês “The Sun” classificou a Polícia Militar (PM) paulista como a “mais perigosa do mundo”, em publicação desse domingo (16/2), citando nominalmente o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário da Segurança Pública do estado (SSP), Guilherme Derrite, como responsáveis diretos por uma disparada da violência em ações da tropa nos últimos meses.

Intitulada “Ruas de Sangue”, a reportagem lista uma série de casos com denúncias de violência excessiva na abordagem da PM que protestos de parte da sociedade paulista, o uso das câmeras corporais da corporação e utiliza citações de representantes de ONGs, familiares de vítimas e religiosos.

Ruas de sangue

Dentre os principais crimes citados no texto, estão: a morte de Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, durante uma operação policial, em Santos;  Marcelo Barbosa Amaral, 25 anos, o homem jogado de uma ponte na zona sul da capital; o homem executado com 11 tiros por um PM de folga após tentar furtar um produto de um supermercado; e a morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, baleado dentro de um hotel.

“Mães encontram seus filhos mortos a tiros nas ruas por policiais e suspeitos são jogados de pontes em vez de serem presos”, destaca a publicação inglesa. Veja abaixo:

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Governador Tarcísio de Freitas e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite
Tarcísio e Derrite são favoráveis ao fim das saidinhas
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Governador Tarcísio de Freitas e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite

Francisco Cepeda/Governo de SP

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Tarcísio e Derrite são favoráveis ao fim das saidinhas

Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

 

O jornal inglês faz uma análise sobre a crise vivida pela segurança pública paulista e afirma que o arrefecimento da violência da Polícia Militar é incentiva por “ordens do topo”, em relação direta a Tarcísio de Freitas, apontado como um “linha dura” eleito governador de São Paulo e amplamente elogiado como candidato presidencial para 2026. “Sua campanha eleitoral fervilhava de retórica violenta, e ele assumiu uma posição firme contra o uso de câmeras corporais da polícia”, diz o texto.

 

O médico Julio César Acosta Navarro, pai do estudante de medicina morto, citou uma frase atribuída ao ministro da Justiça, Ricardo Lewadosky, com quem se encontrou recentemente, na qual classifica o momento como um “faroeste ou guerra civil” e ressalta que lutar pelo filho Marco Aurélio e “para não ter mais filhos inocentes”.

“Vamos a denunciar internacionalmente a violência e covardia da Polícia [Militar] e o governo Tarcicio/Derrite”, complementou o médico que teve o filho assassinado em uma ação da PM.

O Metrópoles solicitou posicionamento da SSP e do governador Tarcísio de Freitas sobre o teor da publicação inglesa, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

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