Ibovespa fecha em queda com um olho nos EUA e outro em casa

Ibovespa fecha em alta com mercado de olho em tarifas de Trump

Investidores repercutiram a ata da última reunião do BC americano, que sinalizou uma postura favorável à manutenção dos juros daqui em diante. A denúncia contra o ex-presidente Bolsonaro também segue no foco do mercado.

Nesta quarta-feira (19), o Ibovespa fechou em baixa de 0,95%, aos 127.308,80 pontos, após oscilar entre 127.028,24 e 128.528,28. Volume financeiro foi de R$ 19,9 bilhões.

Segundo análise de Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, no ano, o IBOV acumula uma alta de cerca de 5,8%, enquanto o dólar registra uma queda de mais de 8%. Nesse cenário mais positivo, temos as curvas de DI também arrefecendo a alta observada no ano passado.

De um lado, o governo tem adotado um discurso um pouco mais alinhado, apesar de alguns deslizes, que, até o momento, na minha opinião, não tiveram impacto significativo nos preços. Do outro, o novo presidente do Banco Central mantém uma postura técnica em relação à política monetária, como se espera de quem ocupa esse cargo, trazendo maior tranquilidade ao mercado.

No pregão de hoje, observamos um movimento de correção natural no IBOV, após o início do atual movimento altista de curto prazo, que começou em 14/01/2025, em uma região importante para o mercado, na faixa dos 120 mil pontos.

Durante a atual temporada de balanços no Brasil, a maioria das empresas segue apresentando bons resultados, com algumas exceções. Com o repique de alta no dia de hoje nas curvas futuras de juros, empresas como LWSA3, CVCB3 e RENT3 figuram entre as maiores quedas do IBOV, já que costumam se movimentar na contramão dos DI. No entanto, não há nenhum fator específico impactando esses ativos no dia de hoje.

Entre as maiores altas do IBOV, CPFE3 se destaca como um “porto seguro” para investidores que buscam empresas boas pagadoras de dividendos. USIM5, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor de siderurgia e mineração, mantém um caixa saudável, o que lhe permite navegar com mais estabilidade nesse cenário adverso.

Já SUZB3, altamente sensível à variação do dólar, se beneficia da valorização da moeda norte-americana no pregão de hoje. De forma geral, o mercado começa a enxergar “uma luz no fim do túnel”, com a possibilidade de fim do ciclo de alta de juros no Brasil. Esse é o momento em que os investidores mais propensos ao risco começam a buscar exposição à renda variável.

No entanto, o mercado segue atento aos sinais de inflação nos EUA, já que uma eventual retomada do ciclo de alta de juros por lá poderia impactar diretamente os mercados emergentes. Por isso, ainda observamos um fluxo tímido de capital para a Bolsa, ressaltando que vejo essa queda de hoje, como uma pequena correção.


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