Uma olimpíada chocha (por Roberto Caminha Filho)

Nós já vimos olimpíadas onde os recordes se sucediam. Na China, o Cubo D’água e o Ninho de Pássaros multiplicavam as marcas e os recordes em uma velocidade impressionante.

Eram inovações nos materiais das instalações, nos trajes dos esportes, nas tecnologias aplicadas dentro de cada esporte e os recordes apareciam em progressão geométrica.

A Olimpíada de Paris só nos mostrou, de novo, a belíssima Torre Eiffel, o inesquecível Arco do Triunfo, o Palácio de Versalhes, a Praça da Concórdia, sem pescoços puxados, o Museu do Louvre, o Boulevard de Capucine e a Champs- Élysées. Até uma dupla de vôlei de praia comigo e com o Scaramouche, tendo ao fundo, a maravilhosa Torre Eiffel, seria um sucesso de público e recorde de audiência na televisão mundial.

Agora, vamos falar dos esportes:

O que vimos de novo no futebol? Tanto na técnica do esporte, quanto na tecnologia apresentada? Nada!

O que aconteceu de novidade na natação? Alguma filmagem subaquática mais sofisticada? Não. Recordes em profusão? Não. Águas turvas dificultando a observação das viradas? Sim.

O voleibol apresentou alguma novidade para a melhoria da abordagem televisiva? Necas de catibiribas. O piso das quadras que viria a ser a grande novidade dos eventos de voleibol e basquete não deu manchete.

Qual seria a causa dessa enfermidade nos esportes do mundo? Esqueceram de falar e comentar sobre as maldades e os efeitos da Covid-19 e suas vacinas. Alguns jornalistas europeus ainda começaram a falar sobre o tema e logo silenciaram. A verdade é que a grande sensação dos Jogos Olímpicos de 2024 foi a Belle de Jour ou Belle de Noir, a velha, adorável e inesquecível Paris, a Cidade Luz.

A cada passada que se dava pelos canais do mundo, tanto de esporte, quanto de notícias, você ficava frente a frente com a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, o Rio Sena ou o Museu do Louvre, onde 10 milhões de pessoas vão ver a Mona Lisa, todos os anos. Já pensaram para que um investimento tão profundo e caro? Foi só para deixar a Mona Lisa cara a cara com o gol e o goleiro amarrado. Essa conta foi para 20 milhões e ensinará o mundo a ganhar dinheiro com turismo. A mesma sacada serve para os outros pontos da belíssima e inesquecível Paris.

A prova de maratona aquática no Rio Sena, foi uma das coisas mais degradantes que eu já vi nos esportes e eu já fui a cinco Olimpíadas e seis Mundiais de Futebol. Espero que os atletas submetidos aos caprichos do Rio Sena, sejam acompanhados por excelentes médicos e pesquisadores por um período como a quarentena.

Simplificando a existência dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, poderíamos chegar a uma conclusão muito fácil:

  • Serviu para mostrar que o futebol no Brasil chegou ao fundo do poço.
  • Serviu para o voleibol renovar as suas equipes.
  • Serviu para mostrar ao povo que estamos sem competitividade junto às grandes nações.
  • Serviu para mostrar ao COB, que estamos onde o seu Presidente disse que nunca estaríamos.
  • Serviu para mostrar que somos um país de 300 milhões de morenos só com 2 ouros.
  • Serviu para o Presidente Lula isentar as nossas heroínas, Bia e Rebeca, de uma cruel carga tributária.
  • Serviu para que atletas, tipo Zico e Ronaldinho, abram uma conta pix para o Brasil depositar o que elas, Bia e Rebeca, realmente merecem.

O Brasil é isso aí: um país desinformado do progresso que o mundo tem nos esportes, acompanhado por uma forte demolição dos nossos conhecimentos na formação de uma nova geração de atletas.

Coitada da juventude atlética brasileira! A juventude continua pensando que academia de dança e peso é esporte.

Olimpíada sem brilho e com poucos recordes. Só a beleza de Paris não conta.

Roberto Caminha Filho, cinco Olimpíadas e seis Mundiais de Futebol, no costado, está doente com os resultados alcançados pelo nosso Comitê Olímpico.

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