30 dias de Donald Trump no poder: impactos no Brasil e no mercado global

Com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, os primeiros 30 dias de sua gestão já estão provocando efeitos visíveis nos mercados globais e, em especial, no Brasil. A política econômica de Trump, marcada por tarifas protecionistas e uma possível manutenção de juros elevados pelo Federal Reserve, traz implicações diretas para as empresas brasileiras listadas na B3 e para o cenário macroeconômico global.

Política econômica de Trump: o que esperar dos juros?

A expectativa do mercado é que o Federal Reserve mantenha as taxas de juros elevadas por um período prolongado, como resultado da política econômica de Trump. João Kepler, CEO da Equity Fund Group, observa que “o Fed pode manter as taxas elevadas para controlar a inflação, o que impacta diretamente o fluxo de investimentos em mercados emergentes como o Brasil”. Esse cenário pode reduzir o apetite por ativos brasileiros e aumentar a volatilidade cambial, prejudicando empresas com dívidas em dólar.

Oportunidades e riscos para empresas brasileiras

As medidas protecionistas do governo Trump afetam de maneira desigual os setores brasileiros:

Beneficiadas:

  • Gerdau (GGBR4): Com unidades produtivas nos EUA, pode aumentar sua participação no mercado americano, sem sofrer os impactos das tarifas de importação.
  • Braskem (BRKM5): Produzindo polipropileno nos EUA, a empresa deve se beneficiar das barreiras impostas a concorrentes estrangeiros.
  • JBS (JBSS3): A produção local nos EUA também protege a gigante do setor de carnes de tarifas adicionais.

Desafiadas:

  • Usiminas (USIM5), ArcelorMittal e CSN (CSNA3): Exportadoras de aço podem enfrentar um cenário adverso devido à redução da demanda e pressões sobre os preços no mercado interno.
  • Petrobras (PETR4): A política de incentivo à exploração doméstica de petróleo nos EUA pode afetar a dinâmica do mercado global de energia.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, destaca que “empresas com forte presença nos EUA têm mais chances de se beneficiar, enquanto exportadoras de aço e manufatura devem buscar alternativas para reduzir a dependência de mercados específicos.”

O setor agrícola e a guerra comercial

As tensões comerciais entre EUA e China podem favorecer exportadoras brasileiras do setor agrícola:

  • SLC Agrícola (SLCE3) e BrasilAgro (AGRO3): As duas companhias têm potencial para aumentar suas exportações de grãos, caso os EUA imponham novas restrições ao comércio com a China.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, ressalta que “o endurecimento das relações comerciais entre EUA e China pode abrir espaço para um aumento nas exportações agrícolas brasileiras, suprindo a demanda chinesa por alimentos”.

Efeito cambial e endividamento em dólar

Com a possível elevação prolongada dos juros nos EUA, empresas brasileiras endividadas em dólar devem enfrentar um cenário mais desafiador. Felipe Uchida, sócio da Equus Capital, afirma que “essas empresas precisam se preparar para uma maior volatilidade cambial e custos financeiros mais altos, exigindo estratégias de hedge e diversificação de receitas”.

Conclusão: um cenário de oportunidades e desafios

Os 30 primeiros dias da gestão de Donald Trump sinalizam um período de incertezas, mas também de oportunidades para as empresas brasileiras que souberem se adaptar. Setores como o de aço e agricultura precisarão desenvolver estratégias para minimizar os riscos e aproveitar as oportunidades geradas pelas mudanças no comércio internacional.

Enquanto isso, os investidores devem se manter atentos às decisões de política monetária nos EUA e aos desdobramentos das tarifas comerciais, que podem redefinir o jogo para as empresas brasileiras na B3.

Não perca: estreia do Manhattan Connection

O programa “Manhattan Connection” prepara um episódio especial que servirá como aquecimento para a nova temporada. Este episódio especial irá ao ar nesta sexta, 21, às 22h, e trará uma análise aprofundada do primeiro mês de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Não perca!

O elenco principal permanece composto por Lucas Mendes, Caio Blinder, Diogo Mainardi e Bruno Corano, garantindo a continuidade da abordagem provocadora e perspicaz que conquistou os telespectadores. Paula Moraes, diretora de programação e COO da BM&C News, destaca que a nova temporada trará elementos inéditos e uma abordagem ainda mais dinâmica, consolidando o programa como referência em análises inteligentes e visionárias. O programa Manhattan Connection estreia hoje, às 22h, na BM&C News.

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