Semana morna: dólar fica estável, pressão no Ibovespa e destaques em Vale e Petrobras

O clima quente nas principais capitais brasileiras não se refletiu no mercado financeiro nesta semana, segundo Marco Prado, apresentador do Pre-Market na BM&C News. Para ele, o movimento no mercado foi de “realização de lucros” e o dólar se manteve “na casa dos R$ 5,70”, o que reduziu o apetite de investidores estrangeiros por operações de carry trade – estratégias que buscam lucros em países com juros mais elevados. “Com isso, a moeda ficou lateralizada durante a semana”, afirmou Prado.

Setor financeiro pressiona o Ibovespa abaixo dos 130 mil pontos

O Ibovespa até tentou esboçar uma recuperação no início da semana, mas acabou pressionado pelo desempenho fraco das instituições financeiras. “O setor financeiro foi o que fez com que a bolsa trabalhasse abaixo de 130 mil pontos, na casa dos 129 mil pontos no índice Bovespa”, destacou Prado.

No entanto, algumas empresas conseguiram conter uma queda mais acentuada do índice. A Vale (VALE3) registrou um desempenho abaixo das expectativas no seu balanço, mas a notícia sobre a recompra de ações ajudou a impulsionar seus papéis. “A recompra de ações foi o grande motivador de fazer com que a companhia tivesse uma alta expressiva, segurando o índice Bovespa em patamares elevados quando comparados ao início do ano”, explicou Prado.

A Petrobras (PETR4) também se destacou, favorecida pelo aumento dos preços dos combustíveis. Segundo Prado, “a estatal pode se beneficiar ainda mais caso o presidente Lula avance na ideia de vender diretamente para as grandes empresas, retirando o distribuidor do meio do caminho”.

Cenário internacional: Trump pressiona setores industriais nesta semana

No cenário internacional, a semana foi marcada por uma agenda econômica mais fraca, mas as declarações do ex-presidente Donald Trump trouxeram volatilidade aos mercados. “As novas taxações em setores como o farmacêutico, automobilístico e madeireiro fizeram com que os índices asiáticos e europeus tivessem quedas”, analisou Prado.

Nos Estados Unidos, a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) não surpreendeu. “O mercado já esperava o recado do Fed de que podemos ter um corte de juros possivelmente em setembro e só”, afirmou. Ainda assim, as bolsas americanas mantiveram um comportamento lateralizado, com leve viés negativo.

Possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia pode impactar mercados

Um fator que pode trazer alívio às tensões globais é a negociação de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. “As negociações têm sido positivas, e caso aconteça, será bem-vindo. O mercado deve reagir de forma positiva”, pontuou Prado, destacando a importância geopolítica desse possível desfecho.

Questões fiscais no Brasil seguem no radar

No Brasil, o foco segue nas contas públicas e no cenário fiscal. Segundo Prado, o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de uma viagem internacional não trouxe nenhuma novidade significativa. “Em coletiva hoje cedo, Haddad não trouxe nada de diferente do que vinha falando desde o começo do ano”, comentou o apresentador.

Possível novo Coronavírus

No final do pregão desta sexta-feira foi veiculada a notícia de que um novo coronavírus, com capacidade de se transformar em pandemia, pode ter surgido. Com isso o dólar fez um movimento de alta e a bolsa de movimento de queda. Para Marco Prado, “as preocupações são duas: primeiro, que o coronavírus, em 2019, ele surgiu num pré-carnaval. E segundo, quando chega o meteoro, porque só assim para dar jeito.”

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