VÍDEO – Site inglês elege RE X PA entre maiores rivalidades do futebol no mundo


O site especializado em futebol Throne FC, em língua inglesa, produziu um conteúdo aprofundado sobre o clássico centenário entre Remo e Paysandu, destacando a grandiosidade e a paixão dessa rivalidade. Segundo a publicação, o Re-Pa não é apenas um dos duelos mais intensos do futebol brasileiro, mas também o mais disputado do planeta em número de confrontos, com mais de 760 partidas registradas.

O Throne FC ressalta que, apesar de ambos os clubes estarem longe dos principais centros do futebol mundial, suas apaixonadas torcidas lotam os estádios e fazem do clássico um espetáculo inigualável. Além disso, enfatiza um fato curioso: os estádios dos dois rivais estão separados por menos de 200 metros em Belém, tornando essa a segunda menor distância entre estádios rivais no mundo.

A publicação mergulha na história do confronto, explorando as origens dos clubes, as identidades distintas de suas torcidas e momentos marcantes, como a campanha histórica do Paysandu na Libertadores de 2003,vencendo o temido Boca Juniors em Buenos Aires. Sem violência, mas com muita emoção, o Re-Pa segue como uma celebração do futebol autêntico, um duelo que transcende as divisões e continua sendo um dos maiores espetáculos do esporte.

Quando se pensa em grandes rivalidades do futebol, começa dizendo o site, “sua mente provavelmente vai para o El Clásico (Real Madri x Barcelona). Talvez você se lembre do Derby de Merseyside (Everton x Liverpol) ou, para os verdadeiros apaixonados pelo futebol, o Derby de Belgrado (Estrela Vermelha x Partizan).”

Mas e se eu te dissesse que existe uma rivalidade com mais história do que todas essas três juntas e que quase ninguém fala sobre?

Hoje, vamos ao norte do Brasil para descobrir a história de Remo vs. Paysandu, uma rivalidade que não é apenas o clássico mais disputado do futebol mundial, mas também uma das mais apaixonantes e únicas do planeta.

Vamos explorar as origens desse duelo fascinante, mergulhar na história de ambos os clubes e descobrir como dois times de divisões inferiores conseguem encher um estádio gigantesco com uma energia imparável.

Origens

Remo e Paysandu são dois clubes de Belém, no Brasil. Mesmo que a cidade esteja em uma região menos desenvolvida do país, sua localização e o esporte permitiram que ela tivesse contato com influências europeias antes de outras partes do Brasil.

O primeiro clube a ser fundado foi o Remo, em 1905. Embora tenha sido criado inicialmente como um clube de remo — daí o nome Clube do Remo — ele acabou iniciando seu departamento de futebol em 1913, depois de passar por uma reformulação em 1911.

O Paysandu, por outro lado, nasceu literalmente do ódio.

Liderados por Hugo D’Abreu, 42 atletas decidiram dissolver seu clube atual, o Clube do Norte, após uma decisão polêmica da Liga Paraense, que anulou um gol legítimo da equipe. O Clube do Norte teria sido roubado de uma vitória, e o maior beneficiado com isso foi justamente o Remo.

Dessa forma, desde o início, já havia uma animosidade clara entre os dois clubes.

O primeiro confronto

O primeiro jogo entre Remo e Paysandu foi um clássico de verdade. Afinal, era a chance perfeita para o Paysandu se vingar do que havia acontecido no ano anterior.

No entanto, quando a bola rolou no campo da Fábrica de Cumanetá, o Remo venceu novamente, dessa vez por 1 a 0.

Mas, apesar do que se esperava, a rivalidade ainda não havia se transformado em ódio puro. Isso porque, naquela época, as pessoas do Pará estavam empenhadas em fortalecer o futebol local.

Mesmo com suas origens polêmicas, Paysandu e Remo mantiveram uma relação relativamente amigável nos primeiros anos. Porém, tudo isso mudou de maneira inesperada.

O rompimento definitivo

No início do século XX, os clubes brasileiros disputavam campeonatos estaduais, mas também organizavam torneios amistosos para arrecadar dinheiro. Em um desses torneios, o Remo convidou o Paysandu para uma partida, com o objetivo de arrecadar fundos para ambos os times.

Parecia uma oferta razoável.

Mas, por conta de desavenças passadas, a diretoria do Paysandu respondeu com vários insultos ao Remo. Mesmo assim, aceitaram o jogo e, naquele momento, a rivalidade finalmente explodiu.

A partir dali, os dois clubes não apenas se tornaram inimigos declarados, mas começaram a desenvolver identidades completamente diferentes.

As diferenças entre Remo e Paysandu

Como acontece com todos os grandes clubes, Remo e Paysandu desenvolveram culturas distintas ao longo do tempo.

O Remo se consolidou como um clube tradicional e elitista, que sempre valorizou sua posição como a grande potência de Belém. Seus torcedores, conhecidos como Leões Azulinos, costumam ser mais disciplinados e sofisticados, representando a classe média alta da região.

Já o Paysandu, por outro lado, adotou uma postura rebelde e desafiadora. Afinal, sua fundação foi um ato de resistência contra uma injustiça percebida.

Até hoje, o Papão da Curuzu mantém essa identidade, sendo conhecido como o clube dos irreverentes e criativos, cujos torcedores gostam de provocar os rivais com bom humor.

Quem domina a rivalidade?

A disputa entre os dois clubes é equilibrada, mas o Remo tem um retrospecto superior no confronto direto. Os azulinos já chegaram a ficar 33 jogos consecutivos sem perder para o Paysandu.

No entanto, os bicolores têm um trunfo imbatível na história do clássico: em 1945, o Paysandu aplicou a maior goleada da história do confronto, vencendo por 7 a 0.

E isso não é tudo.

Em 2002, o Paysandu viveu um dos melhores anos da sua história, conquistando o Campeonato Paraense, a Copa Norte e a Copa dos Campeões — um torneio disputado pelos campeões regionais do Brasil.

O título da Copa dos Campeões garantiu ao Paysandu uma vaga direta na Copa Libertadores da América.

Muita gente duvidava que o Papão pudesse fazer uma boa campanha, já que seus adversários eram tecnicamente superiores.

Mas foi exatamente o que aconteceu.

Eles eliminaram Corinthians e Fluminense na fase de grupos e depois passaram por Bahia, Palmeiras e Cruzeiro, garantindo uma histórica vaga nas oitavas de final da Libertadores.

O adversário? Boca Juniors.

Mesmo assim, o Paysandu venceu a primeira partida na Bombonera, graças a um gol de Yarlei.

Infelizmente, no jogo da volta, acabaram sendo eliminados. Mas até hoje, o Paysandu nunca voltou a disputar a Libertadores.

Uma rivalidade única

A última vez que Remo e Paysandu se enfrentaram na primeira divisão do Brasileirão foi em 1993. Atualmente, os dois clubes estão longe da elite do futebol brasileiro e, provavelmente, vão continuar assim por muito tempo.

Mas isso realmente importa?

A paixão dos seus torcedores é incomparável. Tanto que a rivalidade entre Remo e Paysandu foi reconhecida como um patrimônio cultural imaterial do Pará.

E o mais incrível: essa é uma das poucas rivalidades do futebol brasileiro que não se baseia na violência, mas sim na paixão e na criatividade das torcidas.

Sempre que esses dois times se enfrentam, o jogo acontece no Mangueirão, um estádio neutro com capacidade para 50 mil torcedores. E, muitas vezes, esse número é ultrapassado.

Os estádios dos dois clubes, Baenão (Remo) e Curuzu (Paysandu), ficam a apenas 200 metros de distância um do outro — tornando essa uma das rivalidades geograficamente mais próximas do mundo, ficando atrás apenas de Dundee FC e Dundee United, na Escócia.

Muitos clubes na posição deles poderiam tentar se unir para competir com os gigantes do futebol brasileiro.

Mas a Re-Pa vai muito além do futebol.

Ela representa a identidade cultural do povo paraense, sendo uma forma de expressão e resistência contra as dificuldades enfrentadas pela região.

Conclusão

Como estrangeiro, eu já tinha ouvido falar vagamente de Remo e Paysandu.

Mas eu não fazia ideia de que essa era uma das maiores rivalidades do futebol mundial.

É incrível como essa história não recebe mais atenção.

No fim das contas, é exatamente disso que o futebol deveria se tratar: uma celebração de identidade, paixão e rivalidade, mas sempre com respeito e dignidade.

E você? Já conhecia o Re-Pa? Depois desse vídeo, com certeza eu vou acompanhar o próximo clássico.

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