Estudo sugere que Lua é “filha” da Terra. E que ela já foi líquida

Um novo estudo publicado por cientistas da Universidade de Chicago reforçou a teoria de que a Lua é um satélite derivado da Terra e que ela já foi líquida: um oceano de lava.

A investigação que buscou voltar no tempo para entender a formação do satélite foi feita a partir de amostras de rochas lunares das missões Apollo, feitas pela Nasa.

Como a Lua foi formada?

A pesquisa sugere que o satélite se formou nos primórdios do Sistema Solar a partir de uma colisão entre a Terra e outro objeto gigante, provavelmente um microplaneta batizado Theia. Essa colisão se deu por que os planetas em formação, por serem mais instáveis, costumam girar em velocidade maior e atrair outros corpos celestes.

Neste momento, a Terra era ainda líquida e parte da lava que compunha nossa superfície se espalhou pelo espaço, com os fragmentos se unindo aos poucos em uma bola de magma derretido que em alguns anos começou a se solidificar.

 

O estudo, publicado na edição de janeiro da PNAS, estabelece uma idade precisa para esse processo: 4,43 bilhões de anos atrás. A técnica utilizada pelos pesquisadores envolveu a análise de minerais raros em rochas lunares, com foco em elementos como lutécio e háfnio.

Esses elementos, que perecem a uma taxa previsível, permitiram calcular o tempo de resfriamento da Lua. “Levamos anos para desenvolver essas técnicas, mas obtivemos uma resposta muito precisa para uma questão que era controversa há muito tempo”, disse o geofísico Nicolas Dauphas, líder do estudo, em comunicado à imprensa.

A Lua como um oceano de magma

Após a colisão que deu origem à Lua, o satélite começou como um oceano de magma flutuando no espaço. A maior parte desse material se solidificou rapidamente, em cerca de mil anos.

No entanto, a formação de uma crosta mineral retardou o processo de resfriamento total, mantendo a poucos metros da superfície a lava ainda ativa. Aproximadamente neste mesmo período a Terra conquistou mais estabilização, permitindo o surgimento aqui de uma atmosfera e de condições propícias à vida que não se repetiram na Lua.

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