Clássico de alma e coração: Leão sai na frente, mas Papão empata no final

A Amazônia inteira parou para assistir ao seu maior clássico, aliás, um dos maiores do mundo. Remo e Paysandu se enfrentaram mais uma vez, pela 776ª oportunidade, em um espetáculo que vai além das quatro linhas:  chuva e, é claro, a festa que o Brasil todo admira, que é ter as duas torcidas festejando dentro de um mesmo estádio, com um único objetivo: cantar mais alto, vibrar com mais intensidade e mostrar ao rival quem realmente domina a região.

O Re-Pa não tem mando, não tem dono da casa, a casa é de todos. E o jogo começou nervoso, truncado, uma correria pra lá e pra cá, uma guerra nas trincheiras, onde qualquer deslize o jogo acabaria a favor do rival. E com todo esse combate, as equipes esqueceram de atacar, esqueceram de criar jogadas e assim o primeiro tempo foi com luta e com poucas jogadas de efeito, pouco futebol.

Veio o segundo tempo e tudo mudou, o Paysandu começou melhor, obrigando o goleiro Marcelo Rangel a salvar o Remo por duas oportunidades. Mas o Leão tinha uma arma secreta no banco, Adaílton, o cara entrou e bagunçou toda a defesa bicolor.

Mas em um lance de articulação remista, Jaderson achou Vizeu, que foi derrubado dentro da área, o arbitro não contou conversa e marcou pênalti para o Leão, e ele, o “cara” do jogo não desperdiçou. Adaílton fez o gol. bola nas redes, 1 a 0.

Depois disso o Remo ficou de boa, só esperando o tempo passar. Mas o Papão também tinha sua arma secreta, Giovani, o único articulador de jogadas do time estava no banco. Ele entrou e, em vez de articular, finalizou: a bola desviou e entrou, mas isso meus amigos, aos 49 minutos do segundo tempo.

O Remo estava com a vitória nas mãos, e ela escapou como algo que não se podia deixar. Foi dramático para o lado azul marinho e foi mágico para o azul celeste.

1º tempo: dureza sem gols

A bola rolou e era quase impossível ouvir sequer quem estava ao seu lado, e com essa atmosfera, os 22 jogadores em campo iniciaram o o clássico de número 776. Começou eletrizante, com as duas equipes se entregando em campo, sem espaço, sem bola perdida e sem cansaço. Ninguém dava brecha, então não se via jogadas de perigo de gol no início do jogo, algo absolutamente normal em um grande clássico. Mas se viu vontade, o jogo se transformou em uma verdadeira guerra, batalha de gigantes.

Até que aos 32, em uma disputa de bola entre Leandro Vilela e Pavani, dentro da área Azulina, o meia Pavani deixou a mão no rosto de Vilela e isso gerou uma confusão generalizada, até os dois bancos de reserva se desentenderam. O juizão teve que distribuir cartões amarelos para retomar o controle da partida.

E este clima de nervosismo marcou a primeira etapa. Foram 45 minutos em que se viu muita luta, muita correria, mas pouca lucidez de ambas as equipes quando jogava no campo do adversário. Nem Remo e nem Paysandu conseguiram criar jogadas de perigo de gol, nenhuma trama, nenhuma jogada ensaiada. Um justo 0 a 0.

Emoção e gol no fim

O segundo tempo começou diferente e com ele veio o primeiro grande lance da partida. Aos  5 minutos, Matheus Vargas fez lindo lance, passou por dois defensores azulinos e mandou um chutaço de fora da área, mas o arqueiro Marcelo Rangel se esticou todo para fazer uma defesa sensacional, evitando um golaço bicolor.

De novo Papão e de novo Marcelo Rangel. Depois de um cruzamento perfeito de Borasi, a bola chegou em Rossi, dentro da área. Ele domina na pequena área e finaliza, mas Marcelo Rangel salva o Leão. O goleiro operou um milagre.

Mas o Leão não estava morto, e a resposta veio aos 17 minutos. Jaderson, o melhor jogador do Remo, recebeu a bola na entrada da área e nem conversou, foi logo mandando uma bomba, mas foi a vez de Matheus Nogueira aparecer.

Ataque do Leão. Aos 20, Sávio recebeu a redonda, tentou cruzar, mas a bola foi direto no travessão. O goleiro Matheus Nogueira estava vendido. Mas aos 31, Jaderson, recebeu livre no meio, ele tocou para Vizeu, que driblou o arqueiro Matheus Nogueira, mas foi derrubado dentro da área.

Pênalti para o Leão. Na cobrança, Adaílton não desperdiçou, colocando a bola no cantinho. Indefensável, Remo 1 a 0. O lado azul marinho do Mangueirão foi à loucura. Depois do gol, o Remo entregou a bola para o Paysandu que não sabia o que fazer com ela, apenas com aquele velho cenário de cruzar a bola na área a todo custo, para quem sabe, o Nicolas resolver.

Já o Leão, com o placar debaixo do braço, se armou atrás, esperando um erro para aumentar o placar e sacramentar a vitória.

Mas quando todos apenas esperavam o fim do jogo e o fim do jejum remista de 8 jogos sem vencer o lobo Giovani, que tinha acabado de entrar, recebeu a bola e chutou de fora da área, mas a redonda desviou em um defensor do Leão, matando o arqueiro Marcelo Rangel. A bola foi parar no fundo do gol do Remo. Era o empate do Papão em um jogo praticamente perdido. 1 a 1.

Depois do gol o juizão mal deixou a bola rolar para apitar o fim do jogo. Um placar justo.

RAIO X DA PARTIDA

Paysandu: Matheus Nogueira, Bryan Borges (Edílson), Quintana, Ramon Martinez, PK; Leandro Vilela (Juninho), Matheus Vargas, Marlon (Cavaleri); Nicolas (Marcelinho), Borasi (Giovani) e Rossi. Técnico: Luizinho Lopes

Remo: Marcelo Rangel, Kadu (Reinaldo), Rafael Castro, Klaus; Sávio, Alan Rodrigues (Marcelinho), Pavani (Alvarino), Jaderson; Dodô (Adaílton), Felipe Viseu e Pedro Rocha (Pedro Castro). Técnico: Rodrigo Santana.

Local: Mangueirão

Gols: Adailton (REM) e Giovani (PAY)

Árbitro: Paulo César Zanovelli Da Silva (FIFA)

Árbitro assistente 1: Guilherme Dias Camilo (FIFA)

Árbitro assistente 2: Fábio Pereira (MAS)

Quarto árbitro: Wanbelton Lisboa Valente (CBF)

MELHORES MOMENTOS E GOLS:

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