Crescimento do comércio global cai em 2025: digitalização impulsiona serviços

A Organização Mundial do Comércio (OMC) revisou suas projeções para o crescimento do comércio global em 2025, recuando a estimativa de 3,3% para 3,0%. A nova previsão reflete as incertezas advindas de conflitos no Oriente Médio e uma instabilidade política que se espalha pelo cenário internacional. Apesar do panorama desafiador, o setor de serviços continua a demonstrar resiliência, impulsionado pelo avanço da digitalização.

Renata Sucupira, presidente do Comitê de Comércio & Investimentos Internacionais da Britcham, destaca que as transformações em curso têm impacto direto na dinâmica global. Segundo ela, “a posse de Donald Trump nos EUA e o avanço contínuo da transformação digital estão remodelando o panorama global, demandando das empresas estratégias mais adaptáveis e proativas.”

Renata ressalta as disparidades observadas no desempenho dos setores durante 2024. Enquanto o comércio de mercadorias apresentou um crescimento tímido de apenas 0,1% no primeiro semestre, o segmento de serviços registrou um expressivo aumento de 8% no primeiro trimestre. Ela enfatiza: “Em 2024, a discrepância entre os desempenhos dos setores de mercadorias e serviços foi notável: enquanto o comércio mundial de mercadorias cresceu apenas 0,1% no primeiro semestre, os serviços comerciais apresentaram um aumento de 8% no primeiro trimestre.”

Renata Sucupira, presidente do Comitê de Comércio & Investimentos Internacionais da Britcham (Foto: Divulgação)

Essa diferenciação reforça a tendência de que, mesmo diante de adversidades políticas e geopolíticas, a digitalização e a inovação impulsionam o comércio de serviços, transformando modelos de negócios e criando novas oportunidades.

No contexto brasileiro, a análise aponta para a ascensão da Ásia como principal polo comercial global, especialmente para os setores de commodities e produtos agrícolas. A China, maior parceira comercial do Brasil, deve continuar desempenhando um papel central nas exportações nacionais. Além disso, acordos como o estabelecido entre o Mercosul e a União Europeia tendem a reduzir barreiras tarifárias e ampliar o acesso a novos mercados.

A relação comercial entre o Reino Unido e o Brasil também ganha relevância, com um comércio total de bens e serviços que alcançou £11,2 bilhões – aumento de 7,2% em relação ao ano anterior. O cenário se mostra promissor, especialmente com a celebração dos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países prevista para 2025, o que poderá abrir novas perspectivas para investimentos e cooperação econômica. A COP30, a ser sediada no Brasil, desponta como outra oportunidade para que ambos os países fortaleçam a parceria em temas cruciais como a transição energética e a sustentabilidade.

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