Alunos de faculdade no interior de SP cobram falsa taxa de calouros

São Paulo — Alunos da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), no interior de São Paulo, são investigados por aplicar golpe a calouros durante a semana de recepção de 2025, no início de fevereiro. Os estudantes golpistas fingiram ser funcionários da instituição para cobrar uma taxa de matrícula, pagamento que não é necessário em nenhum momento visto que a faculdade é pública.

Em nota, a Famerp afirmou que o tipo de conduta dos alunos que aplicaram o golpe não condiz com a instituição, e está tomando as medidas administrativas e jurídicas cabíveis para responsabilizar os envolvidos e não prejudicar terceiros. “A Famerp também reafirma sua posição contrária a qualquer prática de trote. Seguimos firmes no compromisso com a excelência na formação de profissionais de médicos, enfermeiros e psicólogos e na promoção de um ambiente educacional seguro, ético e inclusivo para todos”.

O Centro Acadêmico Euryclides Zerbini, organização representante dos alunos da faculdade, em parceria com a Associação Atlética Acadêmica Euryclides Zerbini e a Federação Internacional de Associação de Estudantes de Medicina, publicou uma nota de repúdio nas redes sociais reprovando os trotes que passam do limite da ética e do respeito.

“Os trotes causam danos psicológicos e emocionais aos estudantes, especialmente os ingressantes, que estão vivenciando um momento delicado de adaptação e transição para a vida universitária”, diz o texto.

Proibição de trotes em SP

Desde junho de 2015, o estado de São Paulo proíbe por lei qualquer tipo de trote em escolas e universidades públicas. O projeto, de autoria do deputado Rafael Silva (PSB), pune com expulsão os alunos envolvidos nesses atos ou exoneração caso seja um servidor público.

Em agosto de 2024, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) promulgou uma lei que obriga universidades e faculdades de São Paulo a tomarem medidas de combate aos trotes violentos, instaurando processos disciplinares e aplicando penas contra alunos. O texto é de autoria da deputada estadual Thainara Faria (PT).

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