Fintechs envolvidas com PCC dizem “facilitar transações de usuários”

São Paulo As fintechs 2Go Bank e Invbank, alvos de uma operação que foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach e deflagrada na manhã desta terça-feira (25/2), oferecem soluções financeiras e prometem facilitar as transações bancárias dos usuários.

O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior foi preso nesta terça na Operação Hydra, do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Federal (PF).

Cyllas Elia é fundador e CEO da fintech 2GO Bank. De acordo com o MPSP, Gritzbach “jogou luz na atuação de fintechs para o branqueamento de bens e valores oriundos de atividades criminosas”. Essa é uma das frentes das investigações realizadas pela PF, cujo objetivo é desarticular esquema de lavagem de dinheiro por meio das instituições de pagamento.

Em resumo, as duas empresas ofereciam serviços financeiros de forma alternativa às instituições bancárias tradicionais, movimentando valores ilícitos. Elas constituíram engenharia financeira complexa para velar os reais beneficiários.

Os sites da 2Go Bank e da Invbank seguem funcionando normalmente na manhã desta terça-feira, mesmo durante a operação do MPSP e da PF.

A fintech fundada por Cyllas Elia afirma ser “mais do que uma instituição de pagamentos porque oferece soluções financeiras e digitais, com o objetivo de facilitar e desburocratizar o dia a dia das operações”. A empresa tem atendimento voltado para micros, pequenas e médias empresas. A 2Go Bank oferece serviços como conta digital, liquidez, empréstimos, pagamentos, cobrança, câmbio, blockchain, white label, BaaS e Inteligência Artificial.

A outra fintech investigada, Invbank, se descreve como “banco digital com soluções financeiras, facilitação, conveniência e gestão de pagamentos”. Eles atuam no mercado financeiro utilizando aplicativos móveis para realizar negócios por meio da comercialização de produtos e serviços próprios e de parceiros.

Os serviços oferecidos pela Invbank são conta digital, máquinas de cartões, empréstimo consignado, alienação veicular, alienação imobiliária, alienação de máquinas e equipamentos, antecipação de cartão de crédito, antecipação do saque aniversário FGTS, empréstimo para Pessoa Física, antecipa aluguel, cripto e crédito para capital de giro.

O Metrópoles tentou contato com as duas fintechs para um posicionamento sobre a operação deflagrada pelo MPSP e pela PF, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.

Operação Hydra

A operação do MPSP e da Polícia Federal mira na atuação das fintechs 2 GO Bank e Invbank. A investigação foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach, jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e executado a tiros de fuzil em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

A Operação Hydra, deflagrada nesta terça, tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa.

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A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach

O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi preso durante a operação
A Operação Hydra tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa
Cyllas já havia sido preso em 26 de novembro do ano passado, durante a Operação Tai-Pan, da PF, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos
Cyllas, que atuou no Deic, foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil
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Operação Hydra, do MPSP e da Polícia Federal, foi deflagrada na manhã desta terça-feira

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A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach

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O policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador e CEO da fintech 2GO Bank, foi preso durante a operação

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A Operação Hydra tem como objetivo combater a lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa

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Cyllas já havia sido preso em 26 de novembro do ano passado, durante a Operação Tai-Pan, da PF, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos

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Cyllas, que atuou no Deic, foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil

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Quem é o policial preso em operação que mira fintechs ligadas ao PCC

Reprodução

A PF e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, cumpriram um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo.

Cyllas Salerno Elia Júnior

Preso nesta manhã durante a operação, Cyllas já havia sido preso por suspeita de lavar dinheiro para o PCC. Ele foi detido em 26 de novembro durante operação da Polícia Federal, batizada de Operação Tai-Pan, contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos e foi solto em janeiro de 2025 após uma decisão da Justiça Federal.

O policial atuou no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e foi citado por Gritzbach em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, em 31 de outubro, oito dias antes de ser morto a tiros ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos. De acordo com Gritzbach, Cyllas seria sócio de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e de Rafael Maeda Pires, o Japa, no 2Go Bank. Ambos são apontados como importantes lideranças do PCC.

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