Repórter baleado após confundido com ladrão perdeu rim: “Até quando?”

O repórter esportivo e estudante universitário Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, está internado em estado grave no Hospital Getulio Vargas, no Rio de Janeiro, após ter sido baleado durante uma corrida com um motociclista de aplicativo. Segundo informações de familiares da vítima, o motociclista teria cometido um roubo antes da corrida.

O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira (24/2), quando Igor saía do trabalho na boate Batuq, na Penha. Ele solicitou uma corrida por aplicativo para voltar para casa e, quando estava na Avenida Lobo Júnior, um carro emparelhou com a moto e atirou contra os dois.

Por meio das redes sociais, Pâmela Moura, prima da Igor, revelou que a situação se deu porque Igor foi confundido com um assaltante. Segundo ela, uma mulher, que é casada com um policial da reserva, teria sido vítima de um assalto e afirmou que o suspeito do crime era Igor.

De acordo com Pâmela, Igor estava no bar onde trabalha. Segundo ela, o motorista da moto teria sido o responsável pelo roubo, porém a vítima do assalto e o marido perseguiram o estudante e atiraram contra ele.

Conforme a explicação da prima, em decorrência dos disparos, Igor perdeu o rim direito e teve lesões graves no estômago e intestino. Ele passou por cirurgia e aguarda um leito de UTI na unidade de saúde onde está internado. Ainda segundo Pâmela, o universitário está sob custódia da polícia.

 

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“Meu primo perdeu um rim e está com estômago e intestinos ainda bastante afetado. Todo esse caso aconteceu porque uma senhora foi assaltada, e ela, junto ao seu marido, um policial da reserva, resolveram fazer justiça com as próprias mãos. Eles viram o meu primo, que no horário do assalto estava trabalhando, um homem negro em cima de uma moto e acharam que meu primo poderiam ter algum envolvimento com o assalto. O Igor sequer tem passagem pela polícia, mas está sendo tratado como um criminoso”, reclamou Pâmela.

Igor é estudante de publicidade na Universidade Celso Lisboa. Ele é casado com Marina Moura, tem um filho e também trabalha no bar Batuq para complementar a renda.

Também por meio das redes sociais, o estabelecimento se solidarizou com a situação do funcionário e pediu justiça. De acordo com o Batuq, a mulher que acusou Igor estava “alterada”.

“Pouco depois, uma mulher entrou no hospital, visivelmente alterada, acusando Igor de roubo. No entanto, no momento do suposto crime, Igor estava trabalhando. Aparentemente, ela estava acompanhada de um homem. que perseguiu e atirou contra Igor, tentando fazer ‘justiça’ com as próprias mãos. Agora, mesmo baleado, Igor está sob custódia, impedido de receber visitas e tratado como criminoso. Até quando jovens negros serão ‘confundidos’ e alvejados sem provas?”, questiona a publicação do bar.

 

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Ocorrência

Em nota enviada ao Metrópoles, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informou que, de acordo com o comando do 16º BPM (Olaria), policiais militares foram à Avenida Lobo Júnior, na Penha, para verificar uma ocorrência de invasão a domicílio.

No local, os agentes foram informados que dois homens, que trafegavam em uma motocicleta, foram alvo de disparos de arma de fogo provenientes de um veículo desconhecido. Um deles se feriu e foi socorrido por populares ao Hospital Estadual Getulio Vargas. O condutor da motocicleta foi encaminhado a delegacia para esclarecer os fatos.

“O caso foi registrado na 22ª DP, onde um policial militar da reserva se apresentou como autor dos disparos. Sua esposa teria reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo de seu aparelho celular. Um dos homens foi preso, enquanto o ferido permaneceu sob custódia no referido hospital.  A corporação colabora integralmente com o trabalho de investigação da Polícia Civil, e o caso foi encaminhado à Corregedoria da Geral da Polícia Militar”, finaliza a nota.

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