Galípolo elogia chefe do BC e diz que “alta dos juros está na mesa”

O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, desconversou nesta segunda-feira (12/8) quando perguntado se será o nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o posto de presidente da autoridade monetária a partir de 2025 e destacou que seu mandato se encerra em março de 2027.

Durante sua participação no Warren Institutional Day, em São Paulo, ele defendeu que o presidente da autoridade monetária é Roberto Campos Neto. “Ele está exercendo na sua plenitude a presidência do BC, de maneira ultragenerosa com todos os diretores”, afirmou.

Primeiro diretor indicado por Lula para a atual diretoria do BC, Galípolo falou sobre a alternância de diretores e a autonomia do banco. “Às vezes, brinco com o Roberto (Campos Neto) que ele será o último presidente como a gente conhece. A ideia da autonomia é ter menos ruptura. Anteriormente, você tinha um presidente do BC que escolhia os diretores, e com a autonomia, o que você tem é uma agenda institucional do BC. E agora a governança será mais colegiada”.

Ele observou que seis diretores que estão no BC já são conhecidos, ao passo que outros precisam conquistar credibilidade junto ao mercado e à sociedade.

“Das nossas medidas e comunicação, o que tentamos fazer, e o que eu tenho tentado dizer, é que precisamos ganhar credibilidade. Isso passa por você ter falas e ações coerentes. Vou ter até março de 2027, meu mandato, para mostrar o quanto eu prezo por isso”, disse Galípolo.

Alta dos juros na mesa

O diretor do BC destacou, ainda, o conteúdo da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada na semana passada, na qual o banco afirma que “não hesitaria” em elevar a Selic para garantir a inflação dentro da meta. Na semana anterior, a autoridade monetária havia decidido pela manutenção da taxa básica de juros da economia em 10,5% ao ano.

Segundo Galípolo, a “a ata deixa bem claro” a possibilidade de o BC elevar os juros. “A alta está na mesa, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse. “Basta ver o que aconteceu com a política monetária norte-americana, ou pegar uma segunda-feira que você tem a maior queda desde 1987 da bolsa no Japão, para depois ter um circuit break de alta no final do dia, na abertura da mesma bolsa”, completou.

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