No RS, casal suspeito de participação em chacina que matou três pessoas vai a júri popular

Diênifer, Alessandro e Kétlyn – vítímas da chacina / Foto reprodução internet

Duas pessoas serão julgadas nesta terça-feira (13) por um triplo homicídio ocorrido no dia 19 de maio de 2020, em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul. Luciano Costa dos Santos (Costinha), 46 anos, e sua então companheira, Monalisa Kich Anunciação, 24 anos, são suspeitos de participação no caso que comoveu o norte gaúcho durante a pandemia.

Diênifer Padia, 26 anos, seu cunhado, Alessandro dos Santos, 34 anos, e sua sobrinha, Kétlyn Padia dos Santos, 15 anos, foram mortos asfixiados com lacres de plástico dentro da casa onde residiam. Outras três crianças também estavam na casa e foram poupadas. Na residência dos fundos, estava a esposa de Alessandro, que sobreviveu por estar dormindo.

Uma investigação da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Passo Fundo apontou cinco pessoas como envolvidas no crime: Eleandro Roso, Fernanda Rizzotto, Claudiomir Rizzotto, Luciano Costa dos Santos e Monalisa Kich Anunciação.

MOTIVAÇÃO

Segundo a Polícia Civil, Diênifer trabalhou em uma propriedade rural em Casca, onde manteve uma relação extraconjugal com Eleandro, casado com Fernanda Rizzotto. A relação resultou em uma gravidez, que Diênifer escondeu, e a mulher de Eleandro só descobriu a paternidade após o nascimento da criança. Após a revelação, Diênifer foi expulsa do trabalho e da residência fornecida por Eleandro, retornando a Passo Fundo. Lá, começou a receber ameaças, incluindo uma caixa com uma boneca mutilada. Ainda segundo relato da polícia à imprensa, Diênifer começou a extorquir Eleandro, o que motivou uma trama para eliminá-la. A investigação apontou que Eleandro, sua esposa Fernanda e o irmão dela, Claudiomir Rizzotto, decidiram matar Diênifer devido à extorsão. Claudiomir, que conhecia Luciano Costa dos Santos (Costinha), ex-policial militar e dono de uma empresa de segurança, contratou-o para o serviço. Costinha, que havia sido expulso da Brigada Militar, terceirizou o crime para dois homens. As mortes de Alessandro e Kétlyn ocorreram para queima de arquivo, segundo a polícia.

O ex-patrão de Diênifer, Eleandro Roso, foi julgado em novembro de 2022 e condenado a 69 anos de prisão. Em agosto de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul julgou o recurso da defesa e decidiu reduzir sua pena em 10 anos, mas não anulou o julgamento.

Costinha está preso e aguarda o julgamento. Monalisa não teve a prisão decretada, responde ao processo em liberdade e também aguarda o júri.

O paradeiro dos irmãos Claudiomir e Fernanda é desconhecido desde que foram identificados. Até hoje, a polícia não conseguiu descobrir quem foram os responsáveis pela morte das vítimas.

O QUE DIZ A ASSISTÊNCIA DE ACUSAÇÃO

Em entrevista ao repórter Bruno Reinehr o advoado Gustavo da Luz destacou que a expectativa da assistência de acusação e das famílias das vítimas é que o promotor peça a condenação total dos dois réus.

Advogado Gustavo da Luz em entrevista ao repórter Bruno Reinehr

O QUE DIZ A DEFESA DO CASAL

O advogado criminalista José Paulo Schneider afirmou ao repórter Bruno Reinehr que a defesa dos acusados apresentará uma nova perspectiva sobre o caso, destacando falhas e erros que contribuíram para a falta de esclarecimento do crime.

Advogado José Paulo Schneider fala com o repórter Bruno Reinehr

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