Futebol: Conheça Villa, goleiro que emocionou ao falar sobre filho que torceu para adversário

Foto: Ricardo Artifon

Fonte: GE

O futebol não é feito somente de números, ele envolve pessoas e histórias de vidas. Como a do goleiro Alexandre Villa, de 41 anos, do Concórdia, no interior de Santa Catarina, e seu filho, Vinícius, de seis anos. Neste caso, a frase não é apenas futebol ilustra perfeitamente o contexto. Seria mais um jogo válido pela Copa do Brasil, mas o cenário não era comum, englobava um clube de 19 anos, estreante, com estrutura ainda limitada, em busca de recursos para investir e crescer e outro já tradicional, que completará 125 anos em agosto.

Concórdia e Ponte Preta se enfrentaram no Estádio Domingos Machado de Lima, no Oeste de Santa Catarina, em jogo válido pela 1ª fase da Copa do Brasil. No futebol dizem que algumas coisas são improváveis, mas neste esporte não há lugar para o impossível. O Galo do Oeste, como é conhecido o Concórdia, venceu a Ponte Preta, de virada, por 2 a 1. O jogo teve alguns personagens, o mais icônico deles foi Antônio Alexandre Villa, goleiro de 1,90 metros de altura, experiente, com 41 anos de idade.

Natural de Santa Rosa do Viterbo, em São Paulo, Villa está longe de casa para defender as cores do Concórdia. O goleiro foi contratado em dezembro de 2024, no início foi suplente, até ganhar a titularidade por méritos. Antes de chegar ao Concórdia, Villa defendeu o Inter de Santa Maria-RS, por exemplo. O atleta também acumulou passagens por Comercial-SP, clube que o revelou, Botafogo-SP, Caxias-RS, Avenida-RS, São José-RS entre outros. No exterior, atuou pelo Unirea Urziceni, da Romênia, na Europa.

A história do goleiro começou a ganhar destaque ainda no primeiro tempo do jogo, quando o Concórdia perdia por 1 a 0 e um pênalti foi marcado para a Ponte Preta. A torcida do Galo do Oeste ficou preocupada, mas Alexandre Villa confiava em seus reflexos. Pênalti cobrado, se a bola entrasse seria o segundo gol da Ponte Preta, e para a alegria do time da casa, o goleiro resolveu se tornar herói. Villa fez grande defesa, mantendo o Concórdia vivo no jogo. Comemoração, emoção e o sentimento de que era possível tomaram conta da equipe e da torcida novamente.

“Eu estudei os atletas da Ponte Preta, as características dos atacantes, como eles costumam cobrar pênaltis, e na hora eu lembrei e consegui defender”, afirmou o goleiro em entrevista ao SporTV, no intervalo do jogo. Esse não foi o único momento em que Villa fez a diferença, ao longo da partida. O atleta fez defesas importantes e decisivas, principalmente no segundo tempo, em que a Ponte Preta teve chances claras para empatar o jogo.

No fim da partida, Villa emocionou a todos relatando situações que não estão estampadas no dia a dia e que fazem parte da vida de quem luta para manter vivo o sonho de dar boas condições para a família. “Eu quero aproveitar o momento para mandar um beijo para toda a minha família, minha esposa, o meu filho Vini de seis anos, que torceu para a Ponte Preta, coitadinho, para o papai poder ir embora amanhã”, declarou Villa, emocionado com o relato.

“Eu falei para ele, filho você não sabe o quanto essa vitória é importante para o papai, esse bichinho (valor pago aos jogadores pela classificação) que vai entrar vai ajudar muito em casa, mas ele falou na inocência. Mandar um beijo não só para o Vinícius, mas também para a Melinda, casal de filhos, minha esposa e todos os meus amigos lá em Santa Rosa do Viterbo, que estavam torcendo por mim”, completou o goleiro. “Agradeço a Deus por me dar forças para estar jogando até hoje, estou com 41 anos e me sinto um menino”, finalizou.

Sendo assim, a história de Alexandre Villa gerou comoção por representar outras realidades semelhantes e até então desconhecidas. O goleiro vai seguir treinando para o próximo desafio pela Copa do Brasil, mantendo contato com a família à distância, até a oportunidade de visitá-los. A inocência de uma criança, o esforço de um pai e a história de uma família que fez um jogo se tornar muito mais do que apenas uma disputa por resultado.

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Foto: Jeferson Fischer

Foto: AJAB/Divulgação

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