Defesa dos EUA orienta servidor a listar “o que fez na última semana”

O secretário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD, na sigla em inglês), Pete Hegseth (foto em destaque), orientou os servidores civis da pasta a responderem um e-mail solicitando informações sobre as “atividades realizadas na última semana” no trabalho. A medida, proposta por Elon Musk, prevê a demissão dos funcionários que não atenderem à solicitação.

Musk, proprietário do X e da Tesla, chefia o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge, na sigla em inglês) e é responsável por cortar gastos e reformular agências governamentais.


Entenda

  • Servidores públicos civis do Departamento deverão informar “o que fizeram na última semana no trabalho”.
  • Elon Musk, que está à frente do corte de gastos, alegou que medida visa retirar pessoas “mortas” da folha de pagamento.
  • Trump cobrou Musk para ser “mais agressivo” no governo do republicano.

A diretriz foi anunciada no domingo (2/3) e determina que os servidores civis listem cinco atividades desempenhadas na última semana. Os e-mails, segundo a imprensa americana, serão enviados a partir desta segunda-feira (3/3), determinando, também, o preenchimento de um relatório detalhado.

“Nossos patriotas civis, que se dedicam a defender esta nação trabalhando para o Departamento de Defesa, são essenciais para nossa segurança nacional”, afirmou Hegseth. “À medida que trabalhamos para restaurar o foco na missão central de combate do DoD sob a liderança do presidente Trump, reconhecemos que não podemos cumprir essa missão sem as contribuições fortes e importantes de nossa força de trabalho civil.”

A mudança de postura da Defesa ocorreu após conversa do secretário com o presidente Trump. Na semana passada, a pasta havia rechaçado qualquer possibilidade, determinando que nenhum servidor deveria responder aos e-mails enviados pelo Escritório de Gestão de Pessoal dos EUA (OPM) devido à natureza sigilosa de algumas funções.

Agora, apenas servidores civis deverão atender a solicitação — militares e integrantes da Guarda Nacional estão isentos da exigência, por ora. Atualmente, mais de 900 mil civis trabalham no Departamento de Defesa.

E-mails e demissão

A medida foi adotada por Musk após pressão pública do presidente dos EUA, Donald Trump, que pediu postura “mais agressiva” do bilionário no cargo.

“Elon está fazendo um excelente trabalho, mas gostaria de vê-lo agir com mais agressividade. Lembre-se: temos um país para salvar e, no final, torná-lo maior do que nunca. Maga (sigla em inglês para Make America Great Again)!”, escreveu Trump.

Em resposta, pelo X, Musk afirmou que endureceria a abordagem e determinaria a demissão de quem não respondesse ao e-mail.

“Em consonância com o presidente Donald Trump, todos os funcionários federais vão receber em breve um e-mail solicitando que informem o que fizeram na semana passada. A ausência de resposta será considerada como uma demissão”, publicou Musk.

Nas redes sociais, servidores civis relataram estarem receosos sobre a medida. Prints vazados mostram que os funcionários deverão preencher não apenas a lista de atividades realizadas na última semana, mas também o nome dos superiores diretos. As mensagens teriam como assunto: “[Non DoD Source] What did you do last week? Part II”.

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