Quem manda no Aurá é a facção? Agredidos, trabalhadores da Ciclus protestam

Na manhã desta segunda-feira (03), funcionários da empresa Ciclus, responsável por serviços de gestão de resíduos para a prefeitura de Belém, realizaram um protesto em frente à base operacional localizada no bairro do Aurá, em Ananindeua. Os trabalhadores fecharam as portas do local e exigiram medidas efetivas de segurança, após dois episódios violentos recentes que deixaram a equipe em estado de alerta e medo.

O último incidente ocorreu no dia 25 de outubro, quando 22 funcionários foram feitos reféns e agredidos dentro do aterro sanitário. Os criminosos, que seriam de uma facção criminosa, roubaram pertences das vítimas e, em seguida, fugiram do local. Um dos trabalhadores precisou ser hospitalizado, mas recebeu alta no dia seguinte.

O caso gerou revolta e temor entre os empregados, que agora questionam a falta de proteção no ambiente de trabalho.

Ainda não está claro se os ataques estão relacionados à cobrança da chamada “taxa do crime”, prática comum em áreas dominadas por facções, onde empresas e comerciantes são obrigados a pagar valores em troca de “proteção”.

Quem se recusa a pagar sofre represálias, como ameaças, agressões e até mesmo ataques armados. Esse tipo de extorsão tem se espalhado pela Grande Belém e até mesmo no interior do Pará, mas as investigações ainda não confirmaram se esse foi o motivo por trás dos episódios no Aurá.

“Estamos com medo”

Outra hipótese levantada é que os ataques possam ser uma retaliação a operações recentes da polícia contra o crime organizado na região. Enquanto as autoridades buscam respostas, os trabalhadores seguem apreensivos, temendo novos ataques. “Estamos com medo de voltar ao trabalho e nos tornarmos alvo novamente. Precisamos de mais segurança”, desabafou um dos funcionários.

A Polícia Militar tem intensificado as rondas na área do Aurá e reforçou o patrulhamento nas proximidades da base operacional da Ciclus. No entanto, os trabalhadores cobram medidas mais efetivas e permanentes para garantir sua segurança.

O caso segue sob investigação, mas a situação expõe a vulnerabilidade de trabalhadores que atuam em áreas de risco, muitas vezes sem o devido suporte das autoridades. Enquanto isso, o clima de tensão e incerteza permanece, deixando os funcionários da Ciclus em alerta máximo.

A população local também teme que a violência se intensifique, caso não haja uma resposta por parte do poder público.

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