STF: Ramagem diz que deixou governo Bolsonaro antes de radicalização

A defesa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição de denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o parlamentar por causa de suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado. À Corte, ele afirmou ter deixado a chefia da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do governo Bolsonaro antes da radicalização apontada pelo Ministério Público.

“A narrativa apresentada na denúncia demonstra claramente uma radicalização de falas e atos a partir do ano de 2022, mais precisamente a partir de julho, momento em que Alexandre Ramagem Rodrigues não mais integrava o Governo Federal, já tendo sua atenção há meses voltada à disputa eleitoral que se avizinhava, disputa para a qual arduamente se empenhou, tanto que foi eleito deputado federal nas eleições de 2022”, afirmou a defesa.

Ramagem faz parte da lista de 34 pessoas denunciadas pela PGR em fevereiro, dentre as quais está o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Eles foram denunciados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada, além de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.

A defesa do ex-diretor da Abin cita a denúncia apresentada pela PGR para argumentar que o suposto tom golpista foi adotado no governo no dia 5 de julho de 2022, quando ocorreu uma reunião ministerial. Foi nesse encontro em que Bolsonaro afirmou que auxiliares deveriam fazer “alguma coisa antes” das eleições, ou seria tarde para evitar o que estava “pintado”, supostamente se referindo a uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, como ocorreu.

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