Militar cita Moraes como vítima e pede ministro como sua testemunha

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por organização criminosa e golpe de Estado, apresentou sua defesa preliminar nesta quinta-feira (6/3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e indicou como testemunha o próprio relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

Moraes é o relator do caso que trata da trama golpista e tem sido alvo da defesa de alguns dos denunciados por ter mantido a condução do caso mesmo sendo apontado pelas investigações como um dos alvos dos supostos golpistas.

De acordo com a Polícia Federal (PF), havia um plano tramado entre integrantes da organização criminosa, chamado “Punhal Verde Amarelo”, cujo intuito era matar o próprio ministro, além dos então presidente e vice recém eleitos, Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

Alexandre de Moraes e Lula golpe
Lula e Alexandre de Moraes

É justamente por esse caso que Bezerra indica Moraes para ser sua testemunha em uma eventual ação penal. Segundo o militar, o magistrado é uma possível vítima do fato apurado e diz que o ‘suposto nexo causal” entre ele e a tentativa de golpe seria, essencialmente, o “monitoramento e no atentado contra
a vida da possível vítima, o Excelentíssimo Ministro Alexandre de Moraes”.

Segundo a defesa do denunciado, o pedido para ouvir Moraes é posto “sem qualquer intenção de promover defesa antiética”, com fins de uma “defesa técnica efetiva”.

“[…] revela-se absolutamente necessário oitiva do Excelentíssimo Ministro Alexandre de Moraes na qualidade de vítima, especialmente considerando que seu nome foi mencionado por pelo menos 43 (quarenta e três) vezes na peça acusatória”, diz a defesa.

O militar também indicou no rol de testemunhas o também ministro do Supremo Flávio Dino, o presidente da República, Lula (PT), e outras 5 pessoas.

A justificativa dada para uma possível oitiva do ministro do STF é que a denúncia da PGR estabelece uma ligação direta entre o militar e os atos de 8 de Janeiro. Na época, Dino era ministro da Justiça, razão pela qual é chamado para elucidar “todos os procedimentos adotados pelos órgãos de Segurança Pública, responsáveis pela  preservação da ordem e proteção das instituições democráticas no âmbito do Estado Brasileiro.”

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