O goleiro catarinense Willian Dorn, campeão da Copa do Mundo de Futsal de 2024 com a Seleção Brasileira, vive um novo desafio em sua carreira. Desde janeiro do mesmo ano, ele defende o MFK Norilsky, da elite russa, e enfrenta uma intensa adaptação ao país, marcado por temperaturas extremas e uma cultura completamente diferente.

“A adaptação a um novo país é uma experiência diferente. Estou acostumado ao frio, mas aqui as temperaturas chegam a -40°C. Outra coisa de que sinto falta é o surfe, que aqui não é possível praticar. Por outro lado, tem sido muito bom conhecer uma nova cultura”, revela o atleta.

Do futsal brasileiro ao estrelato mundial

Natural de Jaraguá do Sul (SC), Willian Dorn começou no Colégio Evangélico Jaraguá e, aos 15 anos, ingressou no Jaraguá Malwee Futsal. Aos 18, em 2013, passou a defender o JEC Krona, onde fez história. Sua ascensão foi meteórica: começou como terceiro goleiro e, em 2017, tornou-se titular da equipe, conquistando títulos expressivos.

No clube catarinense, ergueu troféus como a Liga Nacional de Futsal (LNF) 2017, a Taça Brasil 2017, a Supercopa Brasil 2023, além de múltiplos títulos estaduais. Seu desempenho o colocou entre os dez melhores goleiros do mundo em quatro ocasiões, sendo eleito o melhor em 2023.

“A Copa do Mundo foi o maior título que já conquistei. Chegar ao ponto mais alto do mundo, representando o Brasil, é algo inexplicável. Isso me motiva a continuar trabalhando para conquistar ainda mais títulos”, afirma.

Carreira internacional e novos desafios

Após uma década no futsal brasileiro, Willian Dorn decidiu enfrentar um novo desafio e, em 2024, acertou sua transferência para o MFK Norilsky. A adaptação ao futsal europeu e ao rigoroso inverno russo não foram fáceis, mas o goleiro já se destaca no novo clube.

Hoje, o MFK Norilsky lidera a Superliga Russa de Futsal e disputa as quartas de final da Copa da Rússia, onde enfrentará o Tyumen neste mês de março.

Além dos desafios dentro de quadra, Willian também precisou ajustar sua rotina e lidar com a saudade do Brasil. Fora do futsal, ele busca equilíbrio praticando trilhas, skate e tem uma paixão especial por fotografia e vídeos.

De goleiro improvisado a referência mundial

Curiosamente, Willian Dorn nunca planejou ser goleiro. Iniciou no futsal por incentivo de um tio e, nas primeiras competições, jogava na linha. O destino mudou quando, por acaso, foi escolhido para o gol porque era o pior jogador da equipe. O que começou como uma improvisação se tornou uma trajetória vitoriosa.

Com títulos importantes pela Seleção Brasileira, incluindo Grand Prix (2018), Desafio das Américas (2018), Copa das Nações (2023) e a Copa do Mundo (2024), Willian hoje se destaca como uma das grandes referências do futsal mundial.

Agora, na Rússia, o goleiro busca repetir o sucesso que teve no Brasil e seguir construindo sua história no esporte.

Assista a entrevista completa:

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