Israelenses são denunciados para MP e PF por suposto racismo no Brasil

O Ministério Público da Bahia e a Polícia Federal foram acionados por militantes pró-Palestina contra um grupo de turistas israelenses, entre eles dois soldados, que teriam entoando frases racistas pedindo a morte de árabes. Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que a denúncia foi protocolada nesta sexta-feira (14/3), após filmagens dos próprios israelenses virem à tona.

A denúncia será endossada pela Federação Árabe Palestina (Fepal), que revelou à reportagem que vai acionar o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Lula sobre o assunto. “Nosso jurídico está se debruçando sobre isso, para analisar de qual maneira devemos intervir nisso”, disse o presidente da FEPAL, Ualid Rabah.

Dois membros das Forças de Defesa de Israel (FDI) estão nas imagens, e foram identificados como o casal Shaked Pinchas e Liron Shvartzman. No vídeo, divulgado nas redes sociais da cabo Pinchas, eles aparecem junto de outros israelenses brindando e cantando.

A cabo israelense que divulgou as imagens marcou a capital de Santa Catarina, Florianópolis, como a localização do vídeo. No momento da denúncia, contudo, o grupo estaria na região de Morro de São Paulo, região turística da Bahia.

Veja as imagens:

 

“Amém isso, e que todos os árabes morram”, diz a legenda de uma publicação da Fepal. O Metrópoles não conseguiu confirmar, de forma independente, a tradução da frase.

Procurados pela reportagem, o Ministério Púbico da Bahia, a Polícia Federal e a embaixada de Israel não Brasil ainda não se pronunciaram sobre o assunto. O espaço segue aberto.

Em janeiro deste ano, um outro militar das FDI foi alvo da Justiça brasileira. Como revelado pelo Metrópoles, Yuval Vagdani, do 432º Batalhão das Brigadas Givati, foi acusado de crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza.

Na época, a Justiça acatou o pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), que atua internacionalmente denunciando crimes cometidos na Palestina, e determinou que a PF investigasse o militar israelense.

Vagdani, contudo, deixou o território brasileiro antes que qualquer diligência fosse realizada.

Depois que a denúncia contra o grupo de israelenses foi revelada, o presidente da FEPAL, Ualid Rabah, pediu celeridade de autoridades brasileiras para que o caso não tome o mesmo rumo do episódio envolvendo Vagdani.

“Nós precisamos que as autoridades brasileiras ajam com o máximo de rigor, prendendo esses criminosos de guerra, criminosos de lesa humanidade. Que impeçam que fujam do Brasil, tal qual, em janeiro deste ano, Yuval Vagdani”, pediu Rabah em um comunicado.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.