Prefeitura de SP veta ações de ONG que atende cães de moradores de rua

São Paulo — A Prefeitura de São Paulo negou pelo menos duas autorizações para que uma ONG faça eventos voltados à população em situação de rua e seus pets no centro da cidade.

Segundo a ONG “Moradores de Ruas e Seus Cães”, dois pedidos feitos pela associação para realizar ações nas praças Dom José Gaspar e Doutor João Mendes foram negados pela administração municipal com a justificativa de que os eventos “não atendem o interesse público”.

“O que a MRSC faz não atende aos interesses públicos? Há quase 10 anos liderando esse projeto, temos a certeza que sim, somos centenas de voluntários, de empresas e de pessoas envolvidas em cada ação abrindo mão dos seus interesses individuais em prol do outro”, afirmou a organização nas redes sociais em fevereiro.

Naquele mês, depois de ter a autorização negada pela Prefeitura, a ONG fez o evento de forma autônoma, mas precisou desinstalar as tendas de atendimento quando a Polícia Militar chegou ao local e cobrou a autorização. Em março, com outra ação negada novamente, a associação voltou a cobrar a gestão municipal nas redes.

“Alguém avisa o prefeito Ricardo Nunes que só queremos fazer o bem, só queremos vacinar, dar banho, fornecer comida para humanos, ração para os pets e cuidados básicos de higiene para os moradores de rua e os seus cães!!! Afinal a sua Primeira Dama se diz defensora da causa animal”, disse a ONG em uma publicação marcando a Prefeitura.

A gestão respondeu ao post nos comentários dizendo que a entidade precisa “seguir as regras da cidade”. “Precisamos ser comunicados, pois há locais onde são permitidas a realização desses eventos”, disse a subprefeitura, convidando a ONG para uma conversa.

Na manhã deste sábado (15/3), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que as autorizações à ONG têm sido negadas por falta de informações e disse que os veterinários da Prefeitura precisam aprovar o evento.

“Às vezes, uma ação, mesmo que ela tenha sido provida de uma boa intenção, se ela não tiver a medicação adequada ou o profissional adequado pode colocar em risco os animais”, disse Nunes. “Não tinha nenhuma informação, a Prefeitura foi surpreendida com a ação, sem nenhuma informação”.

Em nota, a administração municipal disse que o evento de março não foi autorizado “em razão da falta de apresentação de documentação obrigatória por parte dos organizadores e de um local adequado para realização da ação”.

“Diante disso, a administração municipal concluiu que a iniciativa não atendia ao interesse público. Importante ressaltar que a mesma organização social já realizou encontros semelhantes na região central da cidade autorizados pela subprefeitura, que segue aberta ao diálogo com os representantes para viabilizar eventos que estejam de acordo com a legislação e o regramento da cidade”, termina a nota.

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