SP: reeleito, André do Prado promete pautar privatização de travessias

São Paulo – Reeleito para mais dois anos de mandato na presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual André do Prado (PL) afirmou que o próximo projeto do governador Tarcísio de Freitas que começará a tramitar na Casa é o da privatização das travessias litorâneas.

“O governo quer privatizar essas balsas que hoje tem um gargalo muito grande. Esse projeto vai ser deliberado nas comissões e irá para o colégio de líderes para a gente poder pautar em plenário”, afirmou o deputado.

Ao todo, 14 linhas devem ser concedidas à iniciativa privada, incluindo as travessias Santos-Guarujá, na Baixada Santista, e São Sebastião-Ilhabela, no litoral norte. Segundo a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos, o valor estimado com a privatização dos serviços é de R$ 300 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão.

Eleição na Alesp

A sessão para a eleição da Mesa Diretora da Alesp ocorreu neste sábado (15/3). Prado foi reconduzido por 88 votos a favor e quatro contrários, após articular um amplo acordo na Casa que uniu petistas e bolsonaristas, uma reedição do pacto feito na primeira eleição, em 2023.

Em seu discurso, fez um balanço de sua gestão, pregou diálogo e afirmou que a Alesp foi protagonista das políticas adotadas no estado nos últimos dois anos. O deputado ainda agradeceu nominalmente o governador Tarcísio de Freitas. O primeiro mandato do presidente da Assembleia foi marcado pela aprovação de projetos polêmicos e pela proximidade com o governador.

“O governador não cansa de dizer da importância da Assembleia Legislativa, de todos os projetos que passaram por aqui e foram aprovados, O governador em seus eventos tem enaltecido e agradecido o empenho da Assembleia e todo o seu grupo político, em ter votado essas pautas”, afirmou.

Ainda no primeiro ano na presidência Alesp, André do Prado conseguiu aprovar a privatização da Sabesp, uma das bandeiras de Tarcísio, em uma eleição marcada por troca de empurrões e xingamentos entre os deputados A condução de André do Prado também foi alvo de críticas ao dar continuidade à votação do projeto das escolas cívico-militares após uma sessão marcada por violência em maio de 2024.

Tanto no caso da Sabesp quanto das escolas cívico-militares, André do Prado se mostrou determinado em aprovar pautas polêmicas que eram importantes para Tarcísio.

Durante o seu mandato na Presidência, o governo aprovou todos os seus projetos na Alesp, entre eles uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que diminuiu o percentual mínimo aplicado pelo estado com despesas ligadas à educação – a chamada PEC do Manejo.

Sob a intermediação de André do Prado, a relação do governador com os parlamentares é marcada pela frequência dos vetos de Tarcísio a projetos aprovados pela Alesp, tanto da oposição quanto da base aliada.

Questionado, o presidente afirmou que a grande quantidade de vetos se deu pelo alto volume de projetos de iniciativa parlamentar que foram aprovados. Ele ainda disse que pretende se reunir com a Casa Civil e a Procuradoria-Geral do Estado para evitar que textos com “vício de iniciativa” cheguem para sanção.

“Tivemos mais vetos porque tivemos mais projetos aprovados. Nesses dois anos, tivemos 206 projetos aprovados de iniciativa do Legislativo, sendo que mais de 90 foram sancionados, quase 50%. Vamos buscar o entendimento, fazer com que se tire essas inconsistências e a gente possa ter o maior número de sanção por parte do governador”, disse.

Eleições 2016

Nas últimas semanas, o nome de André do Prado começou a ser ventilado como possível vice na chapa de Tarcísio para a disputa do governo do Estado em 2026. Durante a sessão de votação neste sábado, o deputado Gil Diniz (PL) chegou a “anunciar” Prado como candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Neste cenário, Tarcísio teria de sair como candidato ao Palácio do Planalto, o que ele tem negado.

Questionado, Prado desconversou e disse que as conversas sobre as eleições ocorrerão no ano que vem. O deputado, no entanto, não negou que tenha intenção de integrar a chapa para disputar o Governo do Estado.

Articulação com a oposição

Para se manter no cargo, o deputado do PL, que é pupilo do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto e aliado do governador Tarcísio de Freitas, costurou acordo com todos os partidos da Casa com exceção do PSol, que manteve a tradição e lançou uma candidatura de protesto, com  a deputada Paula da Bancada Feminista (PSol).

A articulação iniciou no ano passado, com a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitiu, pela primeira vez, a reeleição do presidente da Alesp em uma mesma legislatura.

No início da sessão, André do Prado pediu que a deputada Paula da Bancada Feminista pudesse defender no púlpito a sua candidatura, o que não estava previsto no regimento.

A deputada criticou o andamento dos trabalhos da Alesp nos últimos dois anos.

“A Alesp não pode ser uma forma de chancelar o projeto de avanço da extrema direita em São Paulo. Por isso que o PSol coloca uma candidatura de uma mulher. Queremos muito que essa casa cumpra um papel independente”, afirmou a parlamentar, que ainda criticou a prática de Tarcísio de vetar a maioria dos projetos dos deputados que chegam para sanção.

Mesa Diretora

Além da presidência, outros oito postos de comando na Casa foram definidos. O acordo feito pelos parlamentares manteve o tamanho das bancadas como principal critério para a distribuição de cargos.

O PT permaneceu com a 1ª Secretaria, com o deputado Maurici, que assumiu o lugar que era de Teonilio Barba. Já a 2ª Secretaria seguiu com o PSDB, com Barros Munhoz na vaga que estava com Rogério Nogueira, que será o líder da bancada tucana na Alesp.

O líder do governo, Gilmaci Santos (Republicanos), se manteve na 1ª Vice-Presidência, mas deve deixar a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que ficará com outro nome do Republicanos, Danilo Campetti. Milton Leite Filho (União Brasil) foi escolhido como o 2º vice-presidente.

Já a 3ª Vice-Presidência ficou com Fábio Faria de Sá (Podemos) e 4ª vice, com Paulo Corrêa Junior (PSD).

Nova composição da Mesa Diretora

Presidência: André do Prado (PL)

1ª Secretaria: Maurici (PT)

2ª Secretaria: Barros Munhoz (PSDB)

1ª Vice-Presidência: Gilmaci Santos (Republicanos)

2ª Vice-Presidência: Milton Leite Filho (União Brasil)

3ª Vice-Presidência: Fábio Faria de Sá (Podemos)

4ª Vice-Presidência: Paulo Corrêa Junior (PSD)

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