Sem políticos e sem trio, ato na Avenida Paulista tem baixa adesão

São Paulo — A manifestação convocada por parlamentares e movimentos de direita para a tarde deste domingo (16/3) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, teve público reduzido, após o anúncio de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outros políticos não compareceriam ao ato.

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Ato na Avenida Paulista

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Alguns dos responsáveis por convocar o evento, como a deputada Carla Zambelli (PL), também não estiveram presentes. Com isso, a manifestação contou apenas com a participação de populares, que se aglomeraram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e liberdade para os presos do atos golpistas de 8 de janeiro de 2022.

O ato na Paulista foi esvaziado porque Jair Bolsonaro preferiu comparecer à manifestação organizada na cidade do Rio de Janeiro. Alguns apoiadores do ex-presidente de São Paulo também foram ao local.

Organizadores do evento disseram ao Metrópoles que a Polícia Militar estimou a presença de 3 mil pessoas no local. Os manifestantes dividiram espaço com turistas, corredores e ciclistas que passavam pela avenida, fechada para a circulação de carro aos domingos.

Segundo Guilherme Sampaio, do movimento Reforma Brasil, um dos responsáveis por convocar o evento, a decisão de não usar trios elétricos foi tomada nessa semana, diante da baixa adesão.

“Na reunião com a polícia, nos deram a estimativa de que ia vir umas 500 pessoas mais ou menos. Então a gente resolveu retirar o caminhão e voltar às origens do que seria um movimento de rua de 2015 e 2016 […]. A ideia do movimento hoje é para relembrar os oito anos do impeachment da Dilma”, disse Sampaio.

O organizador do evento afirma que a ausência de políticos e figuras conhecidas da direita no Brasil não fez falta.

“Não faz falta, porque isso tem que ser um movimento do povo, da população. A população tem que entender que quem manda nos políticos é ela, não o contrário”, afirmou.

Em reservado, organizadores de outros movimentos que participaram da convocação para o ato criticaram atritos entre políticos de direita e disseram que lideranças como Jair Bolsonaro deveriam delegar sua representatividade para lideranças regionais, com o objetivo de fortalecer o espectro político de uma forma geral.

“Nem sabia”

A maioria dos entrevistados que estavam na Paulista a passeio disse à reportagem que não sabia da manifestação. Daniel, de 22 anos, andava de skate pela avenida quando se deparou com a aglomeração de pessoas.

“Eu não estava ciente. Vim de rolê mesmo. Estou tranquilaço aqui na paulista”, disse. “Costumo vir todo domingo e hoje mais uma vez. Mas não me atrapalhou em nada”.

Manoel, de 32 anos, foi à Paulista para acompanhar um grupo de amigas que visitava São Paulo. Também desavisado sobre o evento, ele ironizou a baixa adesão.

“Eu não sabia da manifestação e pelo jeito vários bolsonaristas também não estão sabendo. Pelo jeito nem o Bolsonaro estava sabendo”, disse.

O número de pessoas abaixo do esperado também foi notado por vendedores ambulantes. Alessandro, de 36 anos, comparece à Paulista aos domingos há cinco anos. Diante da manifestação convocada, encheu seu carrinho de cerveja. Até às 13h30, no entanto, havia vendido apenas cinco unidades.

“Eu vim preparado. Disseram que ia encher, que ia ter a manifestação. Gente até tem, mas vender que é bom nada”, disse.

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