Tenente fez foto de maços de dinheiro em carrão após morte Gritzbach

São Paulo – O tenente da Polícia Militar (PM) Fernando Genauro tirou uma foto de três grandes maços de dinheiro, dispostos no volante de um carro de luxo (imagem em destaque), logo após a execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach, fuzilado com dez tiros, em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região metropolitana.

Genauro, apontado como o motorista do Volkswagen Gol preto que conduziu os dois assassinos, está preso desde 18 de janeiro. Ele e os também PMs Ruan Silva Rodrigues e Dênis Antônio Martins foram indiciados pelo homicídio de Gritzbach, de um motorista de aplicativo — também atingido pelos tiros dados no aeroporto — por duas tentativas de homicídio, além de associação criminosa.

O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) teve acesso à nuvem do celular de Genauro, um Iphone Pro Max 15, avaliado em R$ 8 mil, adquirido um dia depois do assassinato. Além dos maços de dinheiro, investigadores também encontraram uma foto de relógios de luxo, guardados em um elegante estojo.

10 imagens

PM passou a circular com carro de luxo dois meses após assassinato

Policial fez foto de dinheiro após homicídio de Gritzbach
Policial Denis Antônio Martins, apontado como um dos atiradores do caso Gritzbach
PM Ruan é apontado como um dos atiradores que teria matado delator do PCC
1 de 10

Tenente também fotografou relógios de luxo em estojo

Reprodução/Polícia Civil

2 de 10

PM passou a circular com carro de luxo dois meses após assassinato

Reprodução/Polícia Civil

3 de 10

Policial fez foto de dinheiro após homicídio de Gritzbach

Reprodução/Polícia Civil

4 de 10

Reprodução/Polícia Civil

5 de 10

Policial Denis Antônio Martins, apontado como um dos atiradores do caso Gritzbach

Reprodução/Polícia Civil

6 de 10

PM Ruan é apontado como um dos atiradores que teria matado delator do PCC

Reprodução/Polícia Civil

7 de 10

Oficial foi preso pelo DHPP

Reprodução/Polícia Civil

8 de 10

Tenente Fernando Genauro seria o motorista do carro usado no crime

Reprodução/Polícia Civil

9 de 10

Reprodução/Polícia Civil/Redes Sociais

10 de 10

Empresário, preso sob suspeita de mandar matar membros do PCC, foi solto por determinação do STJ

Divulgação

O DHPP concluiu o inquérito sobre o assassinato, nessa sexta-feira (14/3). O relatório policial agora será avaliado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que a partir da investigação pode eventualmente denunciar os envolvidos apontados no documento da Polícia Civil.

Carro de luxo

O Audi Q3 (veja galeria acima) usado por Genauro está registrado em nome de Fabiano Menios, que não foi encontrado pela Polícia Civil.

Vários relatos, de pessoas próximas ao tenente da PM, afirmam que Genauro comprou o carro e começou a utilizá-lo em janeiro deste ano, dois meses após o assassinato de Gritzbach.

Com a prisão do oficial, o carro de luxo foi apreendido e, como pontuou o DHPP, “nenhuma pessoa” se apresentou como proprietária.

“Não existem duvidas que Genauro comprou o carro com proveito do crime, pouco mais de um mês do homicídio”, afirma trecho do relatório final sobre o assassinato.

Delação e morte

Dias antes de morrer, Gritzbach havia feito delações premiadas ao MPSP e à Corregedoria da Polícia Civil. Ele denunciou a relação de agentes públicos com o PCC, além de apontar criminosos envolvidos com lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do país.

Além da investigação do DHPP, sobre o homicídio, há outro inquérito, na Polícia Federal (PF), no qual é investigada uma associação criminosa composta por policiais civis ligados ao PCC na lavagem de dinheiro, além de corrupção ativa e passiva.

Até o momento, 26 suspeitos foram presos: 17 são policiais militares, cinco policiais civis e quatro pessoas relacionadas a Kauê do Amaral Coelho, apontado como o olheiro que avisou aos assassinos sobre a chegada de Gritzbach na área de desembarque do aeroporto. Ele estava foragido até a publicação desta reportagem.

Câmeras de monitoramento registraram a ação dos assassinos do delator, fuzilado no momento em que ele se aproximava de um dos carros de escolta dele, blindado, que o aguardava em frente à área de desembarque de voos.

Antes do homicídio, os três policiais militares usaram celulares para se comunicar, como foi provado pela investigação, que contribuiu para provar que os agentes circularam pela região antes, durante e após o crime.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.