Roberta Rodrigues vence processo e Globo é condenada por racismo

A Justiça do Trabalho condenou a TV Globo a pagar uma indenização de R$ 500 mil à atriz Roberta Rodrigues. A decisão, proferida pela juíza Aline Gomes Siqueira, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, reconheceu a existência de assédio moral e racismo institucional durante as gravações da novela Nos Tempos do Imperador.

Ainda cabe recurso à emissora. As informações foram divulgadas pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. O processo, que tramita sob sigilo, aponta que o ambiente de trabalho da produção teria sido marcado por práticas discriminatórias. A indenização foi determinada como forma de reparação pelos danos sofridos pela atriz no período em que integrou o elenco da novela.

De acordo com a atriz, o ambiente de trabalho foi responsável por seu diagnóstico de burnout, o que resultou em um afastamento de aproximadamente três meses. Ela relatou que os atores negros, incluindo ela mesma, sofreram tratamentos e privilégios diferentes em relação aos colegas brancos da produção.

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Roberta Rodrigues e Bombom esbanjam simpatia em loja de perucas

Roberta Rodrigues
Ela desabafou na web
Ela esbanjou sensualidade em "A Regra do Jogo"
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Atriz Roberta Rodrigues

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Em sua defesa, a Globo negou as acusações e afirmou que não houve discriminação racial no ambiente de trabalho. A emissora destacou que, mesmo após o fim das gravações da novela, Roberta Rodrigues seguiu trabalhando em outros projetos da casa. A TV Globo ainda ressaltou que adota políticas de inclusão, sem dar maiores detalhes sobre as alegações feitas pela atriz.

Entenda

O caso foi exposto pela Folha de S.Paulo em fevereiro de 2022, quando o setor de compliance da Globo recebeu uma denúncia sobre a suposta prática de racismo nos bastidores da novela das 18h, Nos Tempos do Imperador.

No processo, a defesa da atriz apresentou como prova um áudio de uma reunião realizada em setembro de 2021 pelo então diretor artístico da novela, Vinicius Coimbra, exclusivamente com atores negros do elenco. Na gravação, Coimbra teria mencionado a existência de uma “tropa de choque do movimento branco”, o que gerou desconforto entre os presentes.

A novela, exibida entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022, também foi alvo de críticas externas por cenas que sugeriam um suposto “racismo reverso”. Após a repercussão negativa, a autora da trama pediu desculpas publicamente. A Globo, por sua vez, contratou uma revisora histórica para analisar erros e imprecisões no conteúdo da produção.

Diretor demitido

Em março de 2022, Vinicius Coimbra foi demitido da emissora sob a justificativa de assédio moral. Em entrevista concedida um ano depois à Folha de S.Paulo, o diretor reconheceu falhas estruturais, mas afirmou que buscava combater a segregação.

No processo judicial, Roberta Rodrigues inicialmente pediu uma indenização de R$ 10 milhões, mas a juíza responsável pelo caso fixou o valor em R$ 500 mil. Os advogados da atriz, Carlos Nicodemos e Cinthia Carvalho, não se pronunciaram sobre o caso, alegando sigilo processual.

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