Após vídeo chocante, pai de santo confessa agrediu jovem em terreiro

O caso envolvendo atos de tortura e abusos em terreiros recebeu repercussão após a coluna publicar um vídeo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que mostra Alex Silva, 23 anos, pai de santo e auxiliar da líder espiritual Hayra Vitória Pereira Nunes, conhecida como Mãe Hayra, agredindo violentamente um jovem a pauladas, que aparece caído ao chão. O local está repleto de sangue.

A suspeita é que os dois líderes espirituais teriam transformado o terreiro, originalmente destinado a ritos e atendimentos religiosos, em um cenário de violência. A gravação enviada à reportagem e à polícia veio à tona após a repercussão da prisão da líder espiritual.

Diante da repercussão do caso, Alex Silva se pronunciou por meio de nota. Ele afirma que sua reação foi motivada por uma suposta provocação do rapaz.

Ele alegou que o homem ficou agressivo por estar com ciúmes da esposa. Para se defender, Alex confessa que pegou um cabo de vassoura e um rodo de plástico e atacou a vítima. Confira o vídeo.

Entenda o caso

  • Durante as investigações que resultaram na prisão de Hayra, em 6 de março de 2025, uma jovem que teria sido mantida no terreiro relatou que Alex Silva ordenou que uma menina queimasse suas mãos e sua língua como forma de punição. Segundo os depoimentos, essa prática era comum dentro do terreiro, usado como método de controle e submissão das vítimas.
  • Nos relatos das vítimas, é contato que ela mantinha um ambiente de medo e controle, onde os que ousavam desobedecê-la sofriam castigos físicos e psicológicos.
  • Os jovens em situação de vulnerabilidade procuravam a mãe de santo buscando acolhimento no terreiro. Hayra fazia promessas de emprego para eles.
  • As apurações da Polícia Civil indicam que Hayra não apenas explorava os que trabalhavam para ela, mas passavam a viver sob controle, exploração, além de sofrerem violência física e psicológica.
  • A Polícia Civil segue buscando esclarecer o envolvimento dos líderes espirituais nas agressões e outros crimes atribuídos ao grupo. Se condenada, a mãe de santo pode responder por redução à condição análoga à escravidão, cárcere privado, lesão corporal e maus-tratos.
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Delegado William Ricardo

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