SP: relatório classifica qualidade do Rio Pinheiros como “péssima”

São Paulo – A qualidade da água do rio Pinheiros está “péssima”, segundo o relatório Observando os Rios 2025, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica, que analisou amostras coletadas em mais de 100 cursos d´água do Brasil.

Do total, os cinco pontos que obtiveram a pior classificação estão na Grande São Paulo. São eles: quatro trechos diferentes do rio Pinheiros e também o Ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul.

A organização não governamental determina o Índice de Qualidade da Água (IQA) de cada local visitado. De acordo com o método usado, qualquer valor abaixo de 20 resulta no selo “péssimo”. A partir disso, todos os trechos do Rio Pinheiros tiveram IQAs estabelecidos em 18 ou 19.

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O odor no local é conhecido por ser desagradável

Em janeiro deste ano, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) passou a investigar uma mancha que surgiu no Rio Pinheiros
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O Rio Pinheiros tem uma extensão de 25 km

Governo de São Paulo/Divulgação

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O odor no local é conhecido por ser desagradável

Instagram/Reprodução

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Em janeiro deste ano, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) passou a investigar uma mancha que surgiu no Rio Pinheiros

Globoplay/Reprodução

Qualidade dos rios no estado

Segundo o relatório Observando Rios, o estado de São Paulo registrou a maior quantidade de rios com piora na qualidade da água. No entanto, houve algumas melhoras, como o córrego do Balainho, em Suzano, que passou de qualidade regular para boa, mas não é possível apontar com certeza a razão do resultado.

Na capital, o córrego do Sapateiro passou de qualidade boa para regular. “É um corpo d’água formador do lago do Parque Ibirapuera, o mais conhecido da cidade, que sempre tem oscilação nas médias de resultado, variando entre boa e regular”, apontou o levantamento.

Já o córrego São José, no bairro Ipiranga, passou de ruim para regular, assim como no rio Boiçucanga, em São Sebastião, no litoral norte. Em Ilhabela, devido à situação precária de saneamento, os córregos Feiticeira e Ribeirão, que tinham condições boas no ano de 2023, passaram para avaliação regular.

No interior do estado, em Atibaia, o córrego Onofre passou de qualidade média regular para ruim. “Essa alteração pode ter sido consequência do longo período de estiagem no ano passado. As primeiras chuvas da estação úmida não conseguiram diluir a concentração de poluentes”, explicou a Fundação SOS Mata Atlântica.

No rio Jundiaí, em Salto, a classificação caiu de boa para regular. “Em toda incursão de coleta e análise da qualidade da água do rio, os voluntários sentem forte cheiro de esgoto e notam a presença de espuma em demasia. Apesar de ter um coletor tronco de esgoto próximo ao ponto de coleta, a suspeita é de que deve haver despejos irregulares de esgotos domésticos”, destacou o estudo.

Em Santo André, o rio Comprido teve piora na média dos resultados: houve uma queda de regular para ruim. “Existe uma grande pressão imobiliária, com muitas obras em andamento, o que gera aumento populacional e, consequentemente, maior geração de esgoto, que, não sendo devidamente encaminhado para estação de tratamento, acaba despejado no rio”, apontou a ONG.

O estudo

Lançada em março de 2025, a edição mais atual do relatório Observando Rios reúne os resultados das análises feitas entre janeiro e dezembro de 2024. Segundo o levantamento, há uma estagnação na qualidade das águas monitoradas, sem avanços significativos.

Apenas 11 pontos, o que representa 7,6% do total, receberam a classificação de “bom”. Além disso, nenhum obteve o conceito “ótimo”.

Ao longo do ano, foram realizadas 1.160 análises em 145 pontos de coleta, distribuídos em 112 rios e corpos d’água. O método englobou 67 municípios de 14 estados da Mata Atlântica. No total, 111 grupos voluntários participaram da pesquisa.

Despoluição

Desde 2019, o rio Pinheiros passa por um processo de despoluição e revitalização das margens. Diariamente, por meio de plataformas flutuantes, escavadeiras removem toneladas de sujeira do fundo das águas. O lixo flutuante também é retirado.

Na última semana, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) anunciou o início de uma nova fase do programa de desassoreamento do rio Tietê. O investimento será de cerca de R$ 150 milhões.

A ação engloba um trecho de 11,7 km de extensão: entre a ponte José Ermírio de Moraes e o córrego Três Pontes, na divisa entre a capital paulista e o município de Itaquaquecetuba, na região metropolitana.

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