Quem é “Deus”, homem que intermediou guerra sangrenta de Peixão e CV

Em meio à guerra entre facções no Rio de Janeiro, a Polícia Federal (PF) identificou o principal intermediador do esquema de armamento do Terceiro Comando Puro (TCP): Everson Vieira Francesquet, apelidado de “Deus” nas negociações com fornecedores de material bélico. Ele é apontado como o principal operador logístico de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, líder do TCP e um dos criminosos mais procurados do estado.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Everson era o responsável por negociar, importar e distribuir armas, drones lançadores de granadas e bloqueadores de sinais – equipamentos usados pelo TCP na disputa armada com o Comando Vermelho (CV) pelo controle de territórios, especialmente na Zona Norte do Rio.

Everson foi preso em flagrante em julho de 2024, ao tentar retirar uma encomenda enviada pelos Correios, identificada como “brinquedo eletrônico”, mas que continha um drone lançador de granadas — equipamento de uso restrito pelas Forças Armadas. Ele se apresentava como “Deus” nas negociações e mantinha contato direto com Peixão por meio do WhatsApp, utilizando o codinome “Visionário”, enquanto o líder da facção era salvo como “Irmão Isra”.

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Peixão é ligado ao Terceiro Comando Puro (TCP)

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Polícia Civil RJ

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As investigações apontam que Everson comprava armamento pesado no Paraguai e buscava fornecedores internacionais, inclusive na China. As transações eram feitas em dólar, com envio por empresas como a DHL e descrições falsas nas encomendas. Em uma das conversas interceptadas, ele afirma que pretendia adquirir cinco dispositivos anti-drone de uma só vez.

Comprovantes de transferência via Pix mostram valores de até R$ 32 mil enviados por comparsas para a compra de fuzis, pistolas e equipamentos militares, que entravam no Brasil por via aérea, muitas vezes via Sedex, camuflados como eletrônicos. Os pagamentos eram viabilizados por laranjas ligados à facção, entre eles dois homens identificados como “Zero” e “Gordinho do Gás”.

Everson também cogitou abrir uma empresa de fachada no Paraguai para facilitar as importações ilegais. Os equipamentos eram escolhidos diretamente por Peixão, que também custeava as compras. Everson fazia o primeiro contato com vendedores, analisava preços e condições, e depois enviava relatórios ao líder do TCP para aprovação.

Enquanto Everson segue preso, Peixão continua foragido, mas a PF acredita que a prisão do operador logístico enfraqueça temporariamente a capacidade de armamento da facção.

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