Dólar abre estável com mais tarifas, PIB dos EUA e prévia da inflação

O dólar operava em próximo da estabilidade na manhã desta quinta-feira (27/3), em um dia movimentado no noticiário econômico, com os investidores atentos à divulgação de dados da economia dos Brasil e dos Estados Unidos.


O que aconteceu

  • Às 9h09, a moeda norte-americana recuava 0,05% e era negociada a R$ 5,731.
  • No dia anterior, o dólar fechou em alta de 0,42% frente ao real, cotado a R$ 5,732.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,1% no mês e 7,23% no ano.

Novo “tarifaço” de Trump

Os investidores repercutem nesta quinta-feira o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de que vai impor tarifas adicionais de 25% sobre as importações de automóveis no país. A notícia derrubou as ações de algumas das principais montadoras do mundo.

Quase metade dos 16 milhões de carros vendidos nos EUA no ano passado foi de importados, com um valor total de mais de US$ 330 bilhões, segundo estimativas do Goldman Sachs.

Os automóveis não produzidos nos EUA já eram taxados, mas com uma alíquota de 2,5%. A nova taxação deve valer a partir do próximo dia 2, conforme indicado por Trump.

O republicano acredita que a medida anunciada por ele levará à instalação de fábricas de automóveis nos EUA. “Você verá números que não viu em termos de emprego. Demora um pouco, você terá grandes números de fábricas, inicialmente. Então, finalmente, você terá muitas pessoas fabricando muitos carros”, afirmou.

O presidente dos EUA acredita que os empresários vão preferir construir parques industriais no país, em vez de pagar a tarifa de 25%.

Além disso, o mercado repercute a possibilidade de o governo Trump impor tarifas sobre as importações de cobre dentro de algumas semanas, antes mesmo do prazo final esperado para que houvesse uma decisão a respeito.

Em fevereiro, Trump determinou que o Departamento do Comércio dos EUA fizesse um levantamento sobre eventuais tarifas para o cobre e apresentasse um relatório em até 270 dias. Segundo as últimas informações vindas da Casa Branca, no entanto, a questão deve ser resolvida bem mais cedo.

Inicialmente, Trump havia anunciado a intenção de impor uma tarifa de até 25% sobre todas as importações de cobre.

Nos últimos dias, os investidores têm consolidado uma percepção de que as chamadas tarifas comerciais “recíprocas” anunciadas por Trump devem se concentrar em um número limitado de países – provavelmente, Canadá, México, Japão e União Europeia (UE).

Entretanto, o clima de incerteza em relação a uma possível guerra comercial permanece. Trump já disse que um novo pacote de tarifas deve ser anunciado no dia 2 de abril, possivelmente para todos os parceiros comerciais dos EUA. Há rumores de que mercados com os quais os EUA têm superávits comerciais e comércio reduzido, como nações africanas, podem ser poupados.

PIB dos EUA

Ainda em relação à economia norte-americana, o destaque do dia é a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referente ao quarto trimestre do ano passado. O anúncio será feito pelo Departamento do Comércio.

No terceiro trimestre, o PIB dos EUA registrou alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior.

Segundo o consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, a expectativa é a de que a economia norte-americana tenha registrado uma expansão de 2,3% no último trimestre de 2024.

“Prévia” da inflação no Brasil

No cenário doméstico, as atenções dos investidores estão voltadas aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a “prévia” da inflação oficial no país.

De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 teve alta de 0,64% em março deste ano.

O resultado representa uma redução de 0,59 ponto percentual em relação a fevereiro (1,23%).

No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 registra alta de 5,26%, acima dos 4,96% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em fevereiro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, ficou em 1,31%. Foi a maior taxa para o mês em 22 anos.

No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação no país foi de 5,06% – acima do teto da meta, que é de 4,5%.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

Na véspera, o Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,34%, aos 132,5 mil pontos.

Com o resultado, o indicador acumula ganhos de 7,92% em março e 10,17% em 2025.

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